Meu Dia

Na ponta do lápis carrego minha sede de expressar

Nas palavras carrego o pulsar do coração

No peito carrego os antepassados que um dia

viveram no meu sertão.

Não tiveram luxo

Nem água e nem comida todo os dias

Tiveram o calor, a fome e a seca temida

O povo não reclama, agradece

Ao senhor que mantenha seu espirito vivo

Não desmotive, pós a chuva manda saudações a terra sofrida.

Versos que ouvi

Palavras que aprendi

Cultura que dancei

E a rapadura que comi

Não nego minhas origens

Sou bravo, forte e batalhador

Senti a fome bem pertinho

Mas de longe escutava

A mãe gritando, passa dentro

A janta tá esfriando

Fui feliz, sou feliz

No terreiro brincando

Sujo ficava, não nada de bullying

Apelido todos davam

Mas depois o sermão da mãe não escapava

Apanhava com certeza

Chinelo era moleza

Agora o cipó da vó que era dureza

Meu dia era o sol radiante

Meio dia era o sol escaldante

Mas a noite era uma lua linda e brilhante

Areia branca e fria colocava os pés

Descalço para sentir a natureza

Sem preocupação com nada

Noite ia dormir

Mas não poderia esquecer da benção da mãe amada.

Otávio Oliveira!

Otávio Oliveira
Enviado por Otávio Oliveira em 04/01/2015
Código do texto: T5090792
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