As Más Línguas
Nossa língua não mastiga
Mas ajuda na função
Umedece, também "liga"
A nossa alimentação
Pode causar uma briga
Uma grande confusão.
E também na digestão
Ela muita colabora
Ela fere coração
Que para sarar, demora
Tem língua que caminhão
Para carregá-la, "chora".
Um pedaço fica fora
Do caminhão, pode crer
A situação piora
Quando ainda quer crescer
Se alguém o pedaço, tora
Levá-lo, não vai poder.
Tem língua que tem prazer
De comentar um fracasso
Mesmo tendo o que fazer
Pra falar, procura espaço
Não tem osso, mas quer ser
Bem mais forte do que aço.
Lampião, rei do cangaço
Desse órgão, tinha medo
Porque causa estardalhaço
Dorme tarde, acorda cedo
Ela diz, eu tudo "traço"
Descubro qualquer segredo.
Gosta bastante d'enredo
De ver você passar mal
A língua do Zé Macedo
Só o espaço sideral
Poderá lhe dá abrigo
Tem língua que'é'um perigo!
Da sogra, em especial.
Eu falei das línguas más
Só não sei se me dei bem
Se eu não me dei bem, mas
Eu não me dei mal, também
Assim, coluna do meio
Falar dos outros é feio
Um ato que não convém.
Interação do poeta Dito:
A língua é como um punhal
Sabendo usá-la, não se dá mal
Caso contrário, ou você late ou faz miau
É como diz o Zébedeu: Escreveu não leu o, pau comeu.
Mui grato, poeta Dito!