O CAVAQUINHO
Mais pobre da vila o pai era.
Tão pobre em miséria, coitado.
Só por um exame quisera
O filho ser homenageado.
Os anos lhe contavam dez,
Da vida sabia um bocado.
Na pobreza, da riqueza invés
Nunca havia sido prendado.
Embora difícil achasse,
A tal prenda sair
E ao pai sempre lembrasse
A prenda que podia sentir.
Em dezembro aos vinte e três,
Antes de chegar Natal,
O pai, pra não ser descortês
Da vila trazia-lhe o tal.
Depois da ceia a rezar
Fazia a família assim,
Aos santos põem-se a chamar
Para livrá-los, enfim.
Mas, o juízo daquele
Da prenda não esquecia.
Queria que já fosse dele
O premio, Oh! Que agonia!
O pai ao acordar não via
À vila cedo partiu
Passou o dia de espia
A prenda que não saiu.
A noite com chuva chegou
O vento assobiar,
O frio que aumentou
O tempo pôs-se a assombrar.
O tio com o pai foi ou não?
-Foi. Pôs-se a mãe explicar.
Pensando, ele olha ao chão
A mãe está a chorar.
Pisadas se ouve ao leu.
-Maria, Maria vem abrir.
Nem prenda, nem pai oh! Céu!
O tio entra sem sorrir.
Que susto! Que desespero!
A mãe põe-se a soluçar.
Do cuchicho derradeiro
Não pôde o filho escutar.
Pela prenda esperando
Sem conhecer o destino,
O pai fôra encontrado
Morto junto ao cavaquinho.
Mais pobre da vila o pai era.
Tão pobre em miséria, coitado.
Só por um exame quisera
O filho ser homenageado.
Os anos lhe contavam dez,
Da vida sabia um bocado.
Na pobreza, da riqueza invés
Nunca havia sido prendado.
Embora difícil achasse,
A tal prenda sair
E ao pai sempre lembrasse
A prenda que podia sentir.
Em dezembro aos vinte e três,
Antes de chegar Natal,
O pai, pra não ser descortês
Da vila trazia-lhe o tal.
Depois da ceia a rezar
Fazia a família assim,
Aos santos põem-se a chamar
Para livrá-los, enfim.
Mas, o juízo daquele
Da prenda não esquecia.
Queria que já fosse dele
O premio, Oh! Que agonia!
O pai ao acordar não via
À vila cedo partiu
Passou o dia de espia
A prenda que não saiu.
A noite com chuva chegou
O vento assobiar,
O frio que aumentou
O tempo pôs-se a assombrar.
O tio com o pai foi ou não?
-Foi. Pôs-se a mãe explicar.
Pensando, ele olha ao chão
A mãe está a chorar.
Pisadas se ouve ao leu.
-Maria, Maria vem abrir.
Nem prenda, nem pai oh! Céu!
O tio entra sem sorrir.
Que susto! Que desespero!
A mãe põe-se a soluçar.
Do cuchicho derradeiro
Não pôde o filho escutar.
Pela prenda esperando
Sem conhecer o destino,
O pai fôra encontrado
Morto junto ao cavaquinho.