Luto pela a morte do grande repentista João Paraibano.
Se a morte cruel e fria
Não fosse assim tão caipora
Não tinha levado agora
João com sua poesia
Hoje nossa cantoria
Faz uma interrogação
Quem vai cantar o Sertão?
Onde reside o "caboco"
Se a morte pensasse um pouco
Não tinha levado João.
Se a morte tão displicente
Fosse mais justa e correta
Não carregava um poeta
Tão brilhante do repente
Quem é que daqui pra frente,
Vai narrar com inspiração?
Um boi maiado no chão
Coçando os chifres num toco
Se a morte pensasse um pouco
Não tinha levado João.
Jr Adelino
Mote : Pádua Ribeiro Soares
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QUEM TANTO CANTOU BONITO
O SERTÃO TÃO CASTIGADO
UM BERRO DESESPERADO
PEDINDO AJUDA UM CABRITO
CANGALHA,CELA E CAMBITO
CHÃO SECO,BATIDO,ENXUTO
AGRICULTOR,BICHO BRUTO
ENXADA,FOICE E FACÃO
QUEM CANTOU TANTO O SERTÃO
DEIXOU O SERTÃO DE LUTO.
JR. ADELINO
MOTE: SILVANO LYRA
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Quem encantou multidões
Nos palcos da cantoria
Hoje a solidão de um túmulo
Vai ser tua moradia
Que a terra engoliu seu corpo
Pra vomitar poesia.
Ficou pra nós de consolo
Sua inesgotável obra
Metralhadora de versos
Improvisando uma cobra
O cascavel do improviso
Foi cantar no paraíso
E mostrar talento de sobra.
Jr Adelino