POETA DE CANTO
Poeta do canto,
Que esconde na rima,
Que chora seu pranto,
Sem perder o clima.
Sou eu nessa ideia,
De ser um poeta,
Que faz uma geleia,
Da frase incompleta.
Que pega no laço,
E solta a fivela,
Palavras a pedaço,
Que saiu da goela.
Com fome e sede,
Descrevo loucura,
E tinjo a parede,
Com minha pintura,
Lá vou eu de novo,
Escrever bobagens,
Me levam o povo,
Em suas bagagens.
Desci a ladeira,
De minha história,
Levando a bandeira,
Em minha memória.
É como o amor,
Que tem defeito,
E sente a dor,
Rasgando no peito.
É como as ondas,
E a fúria do mar,
Que esconde as pegadas,
Pra ninguém achar.
Perdemos sentido,
Achamos agora,
Do mundo perdido,
Estou indo embora.
Vamos sorrir,
E se divertir,
Se der confusão,
Num leia mais não.
Porque quem tem fome,
A barriga some,
Mas quando abastece,
A pança aparece.
Assim digo eu,
A você que leu,
Não se aborrece.
Fui burro na letra,
Azul, branca e preta,
Não importa a cor,
Seja lá como for,
Que sai da cabeça.
Sem rima sem graça,
Meus versos na praça,
Sambeia o leitor.
Eu findo contente,
E sei que tem gente,
Que lê meu poema,
E xinga meu tema,
De incompetente.
Assim fará o leitor,
Que um dia vai ler,
O que vim escrever,
Como um beija flor,
Que passa veloz,
Sem escutar a voz,
Desse sonhador.
Autor; Gilson R. Albarracin