O RETRATO DA POLÍTICA BRASILEIRA-26.
E olha eu aqui de novo,
Vim pra falar outra vez,
Desse assunto de política,
Que ganha tanto freguês,
Do covil da bandidagem,
E escola de pilantragem,
Que aumenta a cada mês.
Quanto mais o tempo passa,
Essas coisas estão piorando,
Enche o mundo igual fumaça,
Indo a todos impregnando,
Mas daqui dou meu pitaco,
Isso é que nem puxa saco,
Vai todo dia aumentando.
Destrói palavra e caráter,
De tantos que nela entrar,
É uma doença contagiosa,
Que se alastra onde passar,
E quando entra no sujeito,
Se ganha o primeiro pleito,
Nunca mais que se afastar.
Na cartilha dos políticos,
Até mesmo os santarrões,
Canta-se em verso e prosa,
As canções dos fanfarrões,
Tendo páginas decoradas,
Em frases bem destacadas,
Pra receita dos milhões.
Ficam sempre camuflados,
Os cabras politiqueiros,
Capazes de vender a alma,
Só pra conseguir dinheiro,
E se fartar nas bonanças,
De leve enchendo a pança,
Com os cofres brasileiros.
Embora muito não queira,
Porém já chegou a hora,
Onde os mais mentirosos,
Colocam as unhas de fora,
Ensaiando seus discursos,
Pensando no grande luxo,
E escapar das penhoras.
Agora são cinco cargos,
Que está sendo almejado,
Com vagas de senadores,
Sendo três pra cada estado,
Pra governos e presidente,
E pra completar a corrente,
Dois tipos de deputados.
A coisa tá mesmo preta,
Para o coitado do eleitor,
Que tá sem pai e sem mãe,
Num antro de enganador,
Com um sistema maldoso,
Recanto dos mentirosos,
Pra o nosso maior pavor.
Vejam bem caros amigos,
Política é coisa do cão,
Pois o sujeito é cassado,
Por roubo e corrupção,
Mas como é seu fulano,
Vai por debaixo do pano,
Sai limpo e ganha eleição.
Inventaram a ficha limpa,
Mas isso não funciona,
O cara dar sempre um jeito,
Pra botar a mão na grana,
Se já estiver saturado,
Encosta-se ao mais votado,
Vai pro cargo de carona.
Maluco é quem acredita,
Nesse bando de pilantra,
Que tira da mesa do pobre,
O café o almoço e a janta,
Pra aumentar a tortura,
Vão se esbaldar na fartura,
Matando nossa esperança.
Outubro já está chegando,
E com ele os salvadores,
Que vivem só planejando,
Enganar os seus eleitores,
Um bando de analfabetos,
Que dão uma de espertos,
Mas morre nos bastidores.
Já diziam os meus avós,
A quase cem anos atrás,
Meus filhos não se iludam,
Político é um bicho sagaz,
É falso e cheio de manha,
Enreda pior que aranha,
Mente mais que satanás.
A muito que a política,
Virou um cargo vitalício,
Chefiado por coronéis,
Que ficam lá por capricho,
E usam toda a maestria,
Pra ficar tudo em família,
E não haver desperdício.
Saindo o pai e entra o filho,
Saindo o filho vem o neto,
Sai marido e entra esposa,
Muda só o nome do inseto,
E assim os cobras criadas,
Ficam com toda a bolada,
Para os nossos desafetos.
Dizem que essa tal política,
Foi dos gregos a invenção,
Mas pelo que estou vendo,
Não foram os gregos não,
Por tudo que há de errado,
Só pode ter sido inventado
Pelas as artimanhas do cão.
Olhe moço a tal de política,
Parece uma coisa estranha
Nela o honesto se complica,
Sem um pingo de vergonha,
Adentra sem saber de nada,
E com as aulas frequentada,
Apronta grandes façanhas.
Por isso digo que a política,
É mesmo coisa do capeta,
Pois nela o sujeito fica,
Especialista em mutretas,
E pra ficar mais provado,
Para o rolo não tem lado,
Sejam esquerda ou direita.
É por isso que na política,
Não ficam homens de bem,
Pode até entrar eu garanto,
Mas não ficar lá ninguém,
Pois o que tem procedência,
E possui a sã consciência,
Entrar nisso não convém.
Vou ser bem claro a vocês,
Que estão lendo esse cordel,
Não tem pra onde apelar,
Já que esse mundo é cruel,
Se não quiser ter problema,
Casque fora desse sistema,
Que tantos julgam ser o céu.
Cosme B Araujo.
09/08/2014