Um cordel para Gonçalves Dias
Foi na “terra das palmeiras”
Mil oitocentos e vinte e três
Nosso poeta maranhense
Deus lhe concebeu a vez
E Dele recebeu graças
Em teu sangue as três raças
Da mestiça e o português
Orgulhoso brasileiro
Logo moço é bem estudado
Vai aprender filosofia
Em francês e latim é letrado
Por Coimbra é bacharel
Homem de caráter fiel
Em Direito é graduado
Gonçalves Dias eu trovo
Neste cordel inocente
Homem culto e educado
Criativo em sua mente
Da inspiração, o amor
Deste jovem trovador
Surge o verso expoente
Sua pátria ufanou
Grande poeta romancista
E criou linguagem própria
De temática indianista
Cantou para o guerreiro
Tamoio, índio brasileiro
Verso etnografista
Cantou a tribo Timbira
Que fez tremer o inimigo
Destinou jovem Tupi
Lacrimoso com o castigo
Ele é “O que será morto”
Fez da valentia seu porto
Que livrou-lhe do perigo
Magnífico poeta
Que do índio bem cuidou
Também forte era inspirado
Pela mulher que amou
À Ana Amélia o sentimento
Fez da ode monumento
Nas palavras que cantou
Pois dela são os olhos
“Tão negros, belos, tão puros”
Que ao poeta fez sonhar
Como arrebentar os muros
Da paixão que abriu ferida
Por tradição proibida
De preconceitos tão duros
Por Don´Ana seu amor
Foi fadado ao desalento
“Dos teus olhos afastado”
Em poemas seu argumento
“(S)eus versos d'alma arrancados,
D'amargo pranto banhados,”
Por tamanho sofrimento
Seu amor transcrito em versos
Trouxe grande aprendizado
À futura geração
Que seu fruto tem apanhado
A quem nem trágica morte
Pôde tirar-lhe a sorte
Dos poemas, seu legado
*****
Cordel feito para o Concurso Literário "1.000 Poemas para Gonçalves Dias", organizado pela Universidade Federal do Maranhão. A obra está disponível no endereço:
http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1
A Universidade fez uma bela obra!