Cerrado, Bioma em Extinção.
Cerrado, Bioma em Extinção.
O dedo de Deus foi caprichoso
Fez belezas cada qual no seu lugar,
Cada coisa que ele fez com amor e zelo
Deu ao homem para dele se lembrar,
O Cerrado também foi obra de Deus
Mas o homem não soube aproveitar.
O Cerrado tem belezas naturais
Espalhadas nas veredas do sertão,
Um Bioma que não tem noutras fronteiras
Com espécies que só cria nesse chão,
Mas o homem está acabando com o Cerrado
Falta pouco para sua extinção.
Macuco, Maritaca e Mergulhão
Pássaro-preto Papagaio, e Sabiá,
Por aqui está virando coisa rara
Já faz tempo que não ouço seu cantar,
Perdiz, Pica-pau e Quero-quero
Faz muito tempo que não vejo um Carcará.
Andorinha, Anu-preto e Azulão
O Canário-da-terra e o Bem-te-vi,
Beija-flor, Anu-branco e o João-de-barro
Está se tornando raridade por aqui,
O fogo vai queimando pouco a pouco
Acabando com a alegria do Quati.
O Mutum, a Rolinha e a Seriema
Graciosa com seu jeito de cantar,
A Gralha, a Codorna e o Chupim
Fogem do fogo pra viver noutro lugar,
Vejo na copa do Pequi um Urubu
Esperando a morte do Tamanduá.
Queixada, Porco-espinho e Capivara
A muito tempo vivendo por aqui,
Suçuarana morre junto com a ninhada
A Onça-pintada conseguiu escapulir,
E o fogo lambe aos poucos o Cerrado
Matando Anta, Preá e Tapiti.
O Macaco-prego gritando com a ninhada
Procurando um lugar pra se esconder,
Veado-mateiro, Ariranha e o Gambá
No desespero não sabia o que fazer,
E o homem vem atrás plantando cana
Que vai movendo as rodas do poder.
Noutros tempos vi correndo por aqui
Cachorro-do-mato, Cervo e Lobo-guará,
Gato-do-mato e Lontra já não têm mais
Pelo que vejo o homem não vai parar,
Nossos netos e bisnetos não verão
Pois falta pouco pro Cerrado se acabar.