AH, ESSES EMBARGOS INFRINGENTES...

Perante a politicagem
Que nosso Brasil assola
Nós estamos desgostosos
Pois eles fazem escola
Refiro-me aos mensaleiros
Os pilantras presepeiros
Pense numa corriola!!!

Queria ver na gaiola
Esse bando de velhaco
Mas o santo dessa turma
Parece que não é fraco
Escapam de várias formas
Procuram falha nas normas
E o país vai pro buraco

Já deu pra encher o saco
Essa tal de impunidade
A lei funciona pro pobre
Isso nem é novidade
O povo é feito de trouxa
Porque a justiça é frouxa
Com rico ou autoridade

A nossa sociedade
Recebeu estarrecida
A notícia da semana:
Na decisão proferida
Após custoso dilema
Logrou a corte suprema
Para alguns dar sobrevida

A tese ali discutida
Sobre embargos infringentes
Ocupou durante uns dias
Os seus onze componentes
Estendeu-se tal debate
Dados dez votos, empate
Cinco, então, benevolentes

Se não foram convergentes
O ministro mais antigo
Deu o Voto de Minerva
E com base num artigo
Contido no Regimento
Votou pelo cabimento
Dos embargos... Que castigo!

Agora vem o perigo
Doze réus do mensalão
Aproveitando essa brecha
Decerto recorrerão
Reabrindo-se o processo
Quem não vai ficar possesso
Com tamanha sacanagem?!
Temo que se legitime
Por aqui tudo que é crime
E vigore a rapinagem

Nesta sincera mensagem
Desabafa um eleitor
Descontente co'a conduta
Desse corpo julgador
A norma é regimental
Mas, Supremo Tribunal
Se esses seus cinco juízes
Não fossem voto vencido
Não se ouviria alarido
De cidadãos infelizes