A verdade do rodeio
Tem certas coisas no mundo
De que não adianta falar
Porque o homem não aceita
Modo de vida mudar
Por que pra ele é divertido
Outro animal maltratar
Mesmo assim não custa nada
Umas palavras dizer
Tanto porque mesmo eu
Tenho muito a aprender
E seria muito tolo
Afirmar tudo saber
Veja só como é triste
O animal como brinquedo
Para nós darmos risadas
Com seu sofrimento e medo
Acuado entre jaulas
Judiado em seu degredo
Você já viu com certeza
O festival de rodeio
Touro e cavalo brabo
Alegrando o torneio
Derrubando o caubói
Que desfila galanteio
Você fica imaginando
Por que o bicho é indomável
Com certeza não conhece
Sente dor insuportável
Por que amarram sua virilha
Com aparelho criminável
E esse treco tem um nome
É chamado de sedenho
Aperta o pênis do touro
Enlouquece o ferrenho
Com o estresse do bicho
Caubói ganha desempenho
Outro meio bem usado
Que enfurece a montaria
Armado o peão de espora
O pescoço é a pontaria
Corcel todo dolorido
Com tanta trapaçaria
Com quarenta dias nascido
Bezerro vai ser caçado
Atrás dele está o peão
Na arena é derrubado
E o bicho recém-nascido
Ali mesmo é enforcado
O propósito é um só
De seguir com a fachada
Pra tornar caubói o herói
Touro leva marretada
Choque elétrico no membro
Prego e alfinetada
Com a arena lotada
Povo fica entusiasmado
Não enxerga que o eqüino
Está sendo castigado
Para nós é pura festa
Uma cerveja, obrigado!
E a gente quer divulgar
Pros outros nosso passeio
Que se perde em contar
Quanta festa fui de rodeio
Quando é que vai chegar
A farra de veraneio?