ABORTO DA POESIA

Eu não sei fazer poema
Do jeito que voce faz
Mal me vem um novo tema
Eu já perco a minha paz
Não sei por onde começo
Até mesmo a Deus eu peço
Que me ajude a ser capaz.

O verso brinca comigo
De esconde-esconde e não acho
Tento, tento e não consigo,
Fica essa cara de tacho!
Retrato da incompetência
De poeta que é ausência
Que está mais pra vil escracho.

De coçar tanto a cabeça
Estou ficando careca
A poesia anda avessa
Fazendo de mim peteca
Não vem verso nem vem rima
Eu por baixo ela por cima
Estou levado da breca!

Das quimeras o que vinga
São rascunhos malfadados
Até parece mandinga
Ou trabalhos mais pesados
Não acho o fio da meada
Inspiração foi sugada
Por "entes" aqui mandados.

Desconfio até que a sogra
(Já morreu, que Deus a tenha,)
Até hoje me malogra
Vivia botando lenha;
- Poesia é viadeza!
- Não põe pão na tua mesa!
- Mulher conhece outra senha.

Vou começar a rezar
Para algum poeta morto
Pois quero aprender versar
Hoje mesmo vou ao horto
Em nome da poesia
Farei o que não faria...
Provocarei seu aborto!



Grato, belíssimas interações:

'Não faça isso, poeta,
inspiração é um dom,
você alcança essa meta,
sem sair fora do tom...
Precisa muito cuidado,
se você não está inspirado,
melhor comer um bombom...

Não pode abortar poesia,
inspiração vai e vem,
é igual à pescaria,
às vezes peixe não tem!
Então, amigo, cuidado,
é melhor cantar um fado,
que poetar pra ninguém!'
(Esther Ribeiro Gomes)

Meu amigo, a poesia,
jamais será abortada
deste canto em harmonia
para não ser malograda.
(Milla Pereira)
 
Se souber deste aborto
vou correndo salvar
vamos entrar em um acordo
pra saber com quem ficar
não mate a poesia
pois isso eu não faria
diga onde está que vou logo buscar.
(Zemary)
Kid verso
Enviado por Kid verso em 16/05/2013
Reeditado em 17/05/2013
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