"FUNK" AO CORDEL "PUNK"

Dum funk do alto dos morros

Ao hip- hop das ruas...

Sou nota que canta em coro

O fim de qualquer ditadura;

Do vil da elite opulenta

À toda e qualquer violência.

Da doença à legítima cura

Abaixo qualquer negligência

Ao bem estar social;

Do blues que chora em silêncio

Ao samba que grita às alturas!

Sou funk contra o perene mal.

Sou nota de som delicado,

E num tom arredio afinado

Eu bosso meu velho recado:

Quer seja na bossa do Tom,

Ou no funk da comunidade

Eu miro em tom de piedade

Meu tiro de voz de canhão.

Sou sempre a fiel minoria

Cantada no palco da hora

Dos que nunca foram embora!

Embora nunca siga o destino

Da voz dos que calam na aurora.

Num tempo que é desperdiçado,

Sofrido, sempre renegado,

Eu sigo meu verso cantado

No fluxo da velha avenida,

Ao tudo que vi e sofri

Versejo meu verso de vida...

Num funk pela Sapucaí.

Ou no Hip-hop das ruas

Que versam desde Nova York

Aos morros do aqui Santo Jorge!

Nos íngremes do meu Brasil...

Eu oro minha rima de sorte,

Ao guerreiro de grande porte

Das nossas tantas pátrias mil.

Do alto dum teleférico

Suíço, ou dum Rio de sucesso...

De paisagem paradisíaca

De tela tão aguerrida

Só protagonizada na mídia...

Do topo dum real bonsucesso

Um sopro pela urgente olimpíada

Daquilo que nunca se viu

Sob os braços do meu Redentor:

Um ato que de fato decida

Bons rios ao meu Brasil:

Sinônimo de grande conquista

Acima do tudo que é vil.

Das vidas ceifadas no sangue

Do topo Oiapoque ao Chuí!

Das balas também ao alcance

Das mãos que ainda não vi...

Versejo meu grito adiante,

Oração num cordel mais que punk!

Qual dor que ecoa num funk.