MEU SERTÃO - Cordel

MEU SERTÃO

Paulo Gondim

01/12/2012

Meu sertão quando tá seco

É triste de fazer dó

Seca água nos açudes

A pastagem vira pó

Morre o gado no curral

E o galo no quintal

Não canta, pois ficou só

Chega a noite, o sertanejo

Olha o céu e desvanece

A nuvem escura sumiu

A barra desaparece

Vai dormir desconsolado

Acorda desanimado

E a tristeza permanece

Mas o nordestino é forte

Não se cansa de esperar

Mas um dia a sorte muda

É preciso confiar

Olha pro céu novamente

Sonha ver alegremente

A chuva logo chegar

E quando a chuva aparece

Até o pó vira lama

O Galo volta a cantar

O gado come na rama

Tendo chuva, tem fartura

Arroz, feijão e mistura

Toda noite amor na cama

E com chuva no Sertão

A natureza floresce

O sertanejo se alegra

E da mulher não se esquece

Não liga mais pra fraqueza

Nove meses, com certeza,

Menino novo aparece!