1º Duelo de Improviso no Face: Cairo x Nilson

Como o galope foi de improviso não mudamos muita coisa dos erros gramaticais. Espero que gostem.

C - Tô doido, eu confesso, a dar peia em alguém,

bater na poupança, rasgar a camisa,

deixar os vergões com as marcas da pisa,

porém não encontro no face ou no trem,

em casa, no Orkut, na rua não tem,

na Sé, nesta vila de loucos sem par

e podem chamar cantadores do Bar,

nordeste, da China, da Leste, do inferno

que eu mato sorrindo, bebendo falerno,

cantando o galope na beira do mar.

N - A moça tá louca, rasgando camisa,

Dizendo que arranha, que é gata selvagem...

Pô, Cairo, desculpa, mas é viadagem!

Cê chama peleja, cê chama de pisa

O fato, tu veja, é que existe a divisa,

Separe quem sabe e não sabe rimar:

Eu sou tubarão lá do fundo do mar;

Já tu é camelo, tu nem passa perto;

Eu sou do oceano, cê tá num deserto

Cantando galope na beira do mar.

C - Em pleno deserto, meu truta, vivi,

foi eu qu' ensinou o caminho a Moisés,

os grandes peixinhos estão aos meus pés

pedindo mercê para não sucumbir

pedindo alambique, não tente mentir,

pra dor desta pisa no lombo findar,

enquanto tu nadas estou a voar

por todo o planeta zoiando o lamento

de ti, vagabundo, de pisa, sedento

cantando o galope na beira do mar.

N - Camelo que avoua? Maluco, me conta

Aonde tem dessa, pois eu também quero.

Mas chega de história, cabô lero-lero

Você não tem chance, que a rima vem pronta

Meu verso perverso teu verso desmonta

Não sobra uma ponta, cê pode chorar

Sair de fininho, pedir pra cagar

Porque, meu amigo, não chega aos meus pés

Você, cinco e meio, e eu sou sempre dez

Cantando galope na beira do mar.

C - Precisas, meu caro, abrir mais teu olho

que as bolas do bicho estão nas tuas costas,

que o lero do lero é bolero de apostas.

Num gostas? Que bosta! Meu verso tem molho;

o teu é salada sem sal, de repolho,

insosso, tão grosso, vou 'té vomitar,

tu és a pombinha, eu sou um sabiá

cantando; albatroz revoando o oceano,

pois meu cinco e meio é maior que esse insano

cantando o galope na beira do mar.

N - Meu Velho, caraca, você quebrou tudo!

Galope de prima, nervoso, arretado...

Confesso – com essa fiquei já quebrado

Confesso – com essa tu já me pôs mudo

Ganhou desta vez –( só porque foi sortudo! )

Não pense que a próxima possa ganhar.

Vou vir mais nervoso, vou pôr pra lascar;

Não vai sobrar nada a contar uma história

- pois esta pedrada ficou na memória -

Cantando galope na beira do mar.

C - Não sei o que houve comigo este dia,

cantei disparado montado em corcel,

joguei um pro inferno, levei outro ao céu,

mas, dou graça a Deus que me deu a poesia,

o canto rimado em total maestria,

também agradeço ao Nilsão, que do Bar

rimou com talento, sedento ao cantar

mostrando aos incultos e tolos do face

que a briga sadia só firma na lei se

cantamos galope na beira do mar.

25/11/2012

Cairo Pereira e Nilson Vieira Moreno
Enviado por Cairo Pereira em 26/11/2012
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T4006289
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