A VINGANÇA DE PEDRINHO
Escrevo aos meus leitores
Uma história do passado
Contando muitos detalhes
Para deixá-los assombrados
Leiam bem a historia
E veja o resultado
Também vou pedir a vocês
Que a rima tenha respeito
E que prestem atenção
Para não acharem mal feito
Pois quem ler distraído
Não entende o conceito
Essa história se passa
No nordeste brasileiro
Mais preciso na Bahia
Onde tem o povo hospitaleiro
De boa educação
Mas fraco de dinheiro
Nas terras do sertão
Morava um velho rapaz
Que não teve estudo
Mas se mostrava capaz
Tinha boa tarefa de terra
E se mostrava sagaz
Da terra ele vivia
Com sua bela esposa
No sossego do bom Deus
Ela era boa e formosa
Ajudava nas tarefas
No jeito muito manhosa
Não demorou muito tempo
Logo um filho tivera
Foi chamado Pedro Filho
Parecido com pai ele era
Em homenagem ao pai
Logo assim o quisera
Passaram alguns anos
E outro filho veio
Dessa vez uma garota
Onde não teve receio
Foi chamada de Clara
Aumentando-lhe o custeio
Pedrinho já era crescido
Quando falou com o pai
Preciso achar meu rumo
Peço sua benção meu pai.
Seu pai logo respondeu:
Com minha benção não vai!
E Pedrinho resolveu
Sair por conta própria,
Fugiu de casa logo cedo
Para fazer sua historia
Seguiu pra Salvador
Para alcançar sua gloria.
Chegando a Salvador
Pedrinho então conheceu
Um homem que fez amizade
Com ele muita coisa aprendeu
E durante muitos anos
Com esse homem conviveu
O tempo passou rápido
Pedrinho não percebeu
Há tempo não via seu pai
Ele então se comoveu
Mas não pode visitá-lo
Pois outra vida escolheu
Uma vida diferente
Para ele foi traçada
Uma vida de aventura
Tinha sempre uma jornada
Ganhava suficiente
Para fazer sua parada
A vida de Pedrinho
Conto pra vocês agora
Pedrinho é justiceiro
Matador que não chora
Mas respeitador do bem
Quem faz o mal vai embora
Ele foi treinado pelo homem
Que na Bahia conheceu
Teve disciplina em todos
Os crimes que cometeu
Não fazia mal as pessoas boas
De nada se arrependeu
Pedrinho certa vez saiu
Para cumprir uma missão
Junto com o seu mestre
Onde teve decepção
Emboscado no caminho
Foi grande a confusão
Foram mais de vinte homens
Com armas e facões
E Pedrinho lutava
Com todos os valentões,
Mas seu mestre era velho
E sentia os apertões
Pedrinho vendo aquilo
Logo se enfureceu
Acertou um soco em um
Para cima do outro correu
Deu conta de todos logo
Foi assim que aconteceu
Seu mestre morreu na briga
Pedro contínuo a missão
Enterrou o seu mestre
A quem tinha admiração
Mas continuo seu trabalho
Com toda dedicação.
Mas vou deixar Pedrinho
Continuar trabalhando
Para falar de seu pai
Que vivi lhe esperando
Com sua família toda
Estão todos lhe aguardando
As terras do velho é melhor
Tudo que planta dar
Levantando interesse
Aos fazendeiros do lugar
Que foram várias vezes
Aquela terra comprar
E Pedro sempre dizendo
Que a terra não vendia
Mas um rico fazendeiro
Fez uma grande covardia
Contratou alguns homens
Para trazer a agonia
Muitas vezes eles foram
Aquela casa saquear
Mas Pedro resistia duro
E não deixava o lugar
O fazendeiro resolveu então
Toda família matar
O fazendeiro mandou matar
A família de Pedrinho
E Pedrinho não sabia
Vivia pelo mundo sozinho
Não tinha parada certa
Mudava sempre o caminho.
O fazendeiro mandou
Todos os capangas seu
Para expulsar a família
E dizer que ele perdeu
Depois matar a todos
Foi à missão que ele deu.
Quando os capangas chegaram
Cumpriram logo a missão
Pois Pedro muito velho
Não tinha mais disposição
Foi fácil para os capangas,
Morreu sem ter compaixão
Sua esposa tentou correr
Mas logo foi alcançada
Foi morta ali mesmo
Ela foi morta a facadas
Mas antes de ela morre
Também foi estuprada.
A sua filha conseguiu
Dos homens se esconder
Seus pais foram queimados
Ela ficou escondida a ver
Aquela crueldade
Que vieram a fazer.
Quando os capangas saíram
E na fazenda chegou
O fazendeiro logo
Ao capanga perguntou
Se foi feito tudo certo
Como ele mesmo ordenou
Os capangas falaram
Como tudo aconteceu
De como tinha feito
E os dois também morreu
E o fazendeiro perguntou
Quem foi que sobreviveu?
Os capangas responderam
Que a garota correu
Foi para o meio do mato
E por lá se escondeu
E foi por esse motivo
Que a garota sobreviveu
Não posso me preocupar
Vou à cidade logo cedo
Para fazer a papelada
Não posso mostra medo
Mas vocês a procurem
Para mudar esse enredo
O maldito fazendeiro
Falsificou o documento
Passando dono da terra
Fez ele mesmo julgamento
Mas não perdia por esperar
Ele ia ter seu tormento.
Pedrinho que a tempo
Daquela terra partiu
Foi contratado a fazer
Um trabalho que ali surgiu,
Querendo ver seu velho pai
Que a muito tempo não viu
Quando no local ele chegou
Para acerta seu trabalho
O destino deu conta
Do belíssimo embaralho
Para dar cabo do homem
Que de seu pai fez retalho
O fazendeiro contratou
O serviço de Pedrinho
Para encontra a menina
E dar cabo dela sozinho
Não contou toda historia
Falou só um pedacinho.
O fazendeiro só sabia
Que Pedrinho era afamado
Não conhecia a historia
Do forasteiro malcriado
Que só faz o mal aquele
Que merece ser castigado.
E Pedrinho não sabia
Que seu pai era finado
E foi morto pelo homem
Que havia lhe contratado
Numa forma fria foi morto
Teve o corpo queimado.
Pedrinho pediu que fosse
Levado aquele local
Para iniciar a procura
E conhecer o pessoal
Que ia ajudar na procura
Em todo aquele matagal
Pedrinho foi apresentado
A todos que participou
Da morte do seu velho pai
Com todos eles ele falou
Montou no cavalo partiu
Para o local se retirou
No caminho conversaram
Sobre o que aconteceu
Os capangas não sabiam
Um grande erro cometeu
Contou a história verdadeira
E Pedrinho se comoveu
Como podem fazer isso
Foi tamanha crueldade
Não vou, mas nessa missão
Essa é toda verdade
Como já estou no caminho
Vou ver meu pai de idade
E partiu a galopar
Para trás deixou o pessoal
Chegando a casa viu
Tinha algo desigual
Estava tudo revirado
Não achou aquilo normal
Quando olhou a janela
Uma garota ele viu
A garota não viu Pedrinho
Que na frente dela surgiu
Ela com medo correu
Pedrinho a ela perseguiu
A garota foi alcançada
Pedrinho disse: sem medo
Não vou te machucar
Conte para mim seu segredo
Oque teve com a família
Da casa do lajedo
Onde se encontra todos
Que naquela casa viveu?
_infelizmente meu amigo
O velho Pedro morreu
Eu sou filha dele moço
Única que sobreviveu.
_mas me diga como é que foi
Que dos capangas escapou?
_sair correndo pelo mato
O fogo deles apagou
Então me escondi no mato
E eles não me encontrou.
Mas moço não me leve
Aquele homem desgraçado
Ele quem matou meu pai
É um homem desalmado
Estrupo minha mãezinha
Vi os dois serem queimados
Você não me conhece
Pois eu sou o seu irmão
Que saiu de casa a tempo
Eu faço a sua proteção
E vingarei nosso pai
Que tinha admiração
Está vindo vários homens
Que está a sua procura
Esconda-se para não ver
Uma verdadeira loucura
Hoje todos eles pagam
Vão descer à sepultura.
Quero ver como meu irmão
Eles vão ser derrotados
São todos muitos fortes
Estão sempre endiabrados
Vai morrer certamente
E vai ser também queimado.
Não pense nisso menina
E trate de se esconder
Os capangas estão vindos
E não pode ver você
Vou matar todos capangas
Você vai se surpreender
Pedrinho tomou posse
De dois grandes facões
Quando os capangas chegaram
Foi caindo nos “lascões”
Ficaram sem entender
Os motivos das ações
Os dois primeiros tiveram
As cabeças decepadas
Levaram um belo golpe
Foram duas grandes lapadas
Caíram numa estaca
Ali ficaram dependuradas
Os capangas ficaram
Sem nada entender
Pois Pedrinho vinha com eles
Eles tentaram compreender
Porque foram atacados
E Pedrinho começou a dizer
O homem que vocês mataram
Eu tinha consideração
Pois ele era meu velho pai
Vão morrer todos então
Vou acabar com vocês
Logo depois o seu patrão
Foi feio a carnificina
E tudo que aconteceu
Pedrinho matou todos
E os corpos recolheu
Esquartejando todos
Sua irmã olhou e tremeu.
Pedrinho disse então:
Nosso pai não foi vingado
Vou atrás de Antônio
Fazendeiro descarado
Vou arrancar sua cabeça
E levar para outro estado.
Pedrinho juntou os corpos
Que ele havia esquartejado
E colocou fogo neles
Com as cabeças separado
Para os urubus comer
Aqueles homens desalmados.
Foi atrás de Antônio
O ganancioso fazendeiro
Que estava em casa
Tranquilo e faceiro
Ele chegou com sua irmã
Cobrando-lhe o dinheiro.
-Como posso lhe pagar
Se a menina não matou!
-Você vai pagar a ela
Tudo que você roubou
Dê todo o dinheiro a ela
Não quero ouvir chororô.
-Não quero dinheiro nenhum
Desse homem desalmado
Quero ver esse homem morto
E também esquartejado
E deixa que eu tiro
A cabeça do safado.
Seja feita sua vontade
Vou mata-lo com minha mão
Um cabra frouxo desse
Eu não preciso de facão
Não vou dar a ele chance
Nenhum tipo de perdão
Quando a luta começou
De Antônio e Pedrinho
Foi uma luta muito fácil
Terminou foi rapidinho
E sua irmã esquartejou
O fazendeiro todinho.
Pegou sua cabeça
E do corpo separou
Seu irmão falou com ela
Que a vingança terminou
E não iria ao delegado
E sua irmã assim falou
Eu entendo meu irmão
Mas vamos a casa voltar
Vou fazer uma coisa
Para eu também me vingar
Vou levar a cabeça dele
Pendurada naquele lugar
Chegando a terra do seu pai
Todas cabeças ela juntou
Pois cada uma numa estaca
E naquela terra enfiou
Com um bilhete em cada um
E com seu irmão viajou
Na cabeça do fazendeiro
Vou falar que ela escreveu
Falou de todo o dinheiro
E tudo que sucedeu
Mas não falou de seu irmão
O justiceiro que apareceu
No bilhete dizia assim
Esse homem foi malvado
Minha família ele matou
Mostrou-se desalmado
Morreu por sua ambição
Por isso foi esquartejado
Deixou seu recado
Partiu foi logo embora
Ninguém mais ouviu falar
Nem se sabe onde ela mora.
Ela vive com seu irmão
E suas aventuras agora
Leiam está historia
Única em verso contada
Criei com boa imaginação
E deixo aqui versada.
Nunca pratique o mau!
A história foi terminada. FIM