aS fORTUNAS DE bENZON CAPITULO 26

CAPITULO 26

Almoçaram descansaram um pouco e partiram depois de se abastecer bem de água, pois a região era seca, ali só nascia mandacaru e palmas, às quatorze horas eles partiram, rodaram mais setenta quilometro e ai eles entraram, num sitio de terra recessecada, as planta que encontraram, era palma e mandacaru, dava para ver as casas, ao fundo, eram duas feitas de barrote [casa de barrote é feita de pau entrelaçado e depois coberto de barro dos dois lados].

Duas vaquinhas muito magras, uma delas tinha um bezerro ao pé, uma meia dúzia de galinhas caipiras, o resto era desolação e miséria, para as quatro horas da tarde, o sol era abrasador, queimava como fogo, o carro do seu Ezequias chegou e parou na porta.

Dos casebres, um monte de cabeça apareceu na porta e janelas, ao todo eram oito crianças, dois de sua irmã, o resto de seu irmão, ai apareceu um homem o senhor João irmão de Maria, ele parecia já muito velho acabado mesmo, com falta de dente, demonstrando deficiência de nutrição, atrás do senhor João também saiu uma senhora, também acabada demonstrando muito sofrimento, mas tinha no semblante os traços de que foi mulher muito bonita, estava gestando, já no quinto mês.

O casal Ezequias e Maria, um olhou para o outro, como a dizer que miséria, e ainda esperam mais um filho.

Mas a senhora se mostrava alegre, mesmo não conhecendo as pessoas que estavam em sua porta. Atrás parado na porta uma senhora bem idosa, esta era dona Gertrudes a mãe de Maria.

Maria desceu do carro e abraçou o homem depois a mulher, também sua irmã Dulce e correu para a anciã, chegou abraçou, já chamando de mãe e o João que nada entendia, mas o seu Ezequias explicou.

__ Disse: ela é sua irmã a Maria eu sou seu marido, ai o João mostrou alegria, em ver seus parentes.

Foi mais de meia hora de abraços choro e festa entre eles ai eles entraram na choupana ali exestia algumas cadeiras velhas, uma mesa corroída pelo tempo, num canto um barril (recipiente feito de madeira prensada) cheio d’água lamacenta que eles usavam para beber e cozinhar, num outro canto, um fogão de taipa, com umas panelas grandes, cheios de palma picado, muito miudinho, isso seria o jantar naquele dia.

Maria entrou, já pegou as palmas e jogou, para onde estavam as vacas, que começaram comer com gosto, também pegou, umas vasilhas e pediu às crianças que esvaziassem o barril e colocassem aquela água na vasilha das vaquinhas e depois lavou bem o barril com água limpa e encheu de água, que eles tinham trazido, as crianças quiseram beber daquela água, mas Maria não os deixou e disse: __ Para beber, eu tenho outra e já ela abriu um dos garrafões.

Na panela que estava no fogo Maria ajudado por sua cunhada Elza e sua irmã Dulce, já colocaram arroz e também a carne e no fumeiro, ela já enrolou três quilos de lingüiça, para defumar e as crianças queria, ela deu um pedaço generoso, para cada um, só ali quase foi um quilo, mas lingüiça eles trouxeram muito, eram mais de cinqüenta quilos, pois pensavam em distribuir para os vizinhos da mãe, que também eram carentes.

No fogão a gás ela pós o feijão para cozinhar em panela de pressão, e no mais tardar às oito horas eles estavam jantando, para sua mãe ela fez uma sopa de macarrão com feijão.

As crianças comeram tanto que deu na fraqueza e por isso eles foram dormir mais cedo.

Já os adultos ficaram conversando até alta hora da noite, mas quando chegou à hora de dormir é que foi um drama, eles não tinham condições de hospedar ninguém devido à pobreza, num quarto humilde de piso de terra batida, cama um catri (feito de pau fincado e colchão de palha), mas isso não era problema, para o seu Ezequias, que veio preparado, saiu lá fora e da lateral de seu carro ele puxou um toldo e fechou entre a caminhonete e a casa fazendo um cômodo.

Num dos cantos ele acendeu um lampião, também colocou um colchonete e dois sacos de dormir, um para ele e outro para sua mulher e se ajeitaram ali, frio não estava fazendo se cobriram com um lençol e ainda ficaram conversando, mesmo ali deitado, João queria saber das noticias de São Paulo e o casal também queria saber da vida deles.

Até mais algumas horas depois o sono veio e eles dormirão.

No dia seguinte, eles acordaram tarde, também não tinham interesse em acordar cedo, mas era umas oito e meia e o cunhado João se preparava para tirar um pouco de leite da vaquinha, o bezerro berrava no piquete, e seu Ezequias falou.

__Que isso João, solte o bezerro para ele mamar. __Mas preciso tirar leite para as crianças e nois vamos tomar café.

__Não! Não precisa não João, para nós tomar café e dar para as crianças eu trouxe varias caixas de leite em caixinha, que João já levou para dentro e sua irmã Maria já pós três litros no fogo para esquentar, ai tomaram o café.

Enquanto sua mulher esquentava o leite o próprio Ezequias soltou o bezerro, que correu para sua mãe e começou mamar com pujança.

Depois o seu Ezequias abriu a capota da caminhonete e contou as cestas básica que tinham sobrado e tinha ali treze cesta e o seu Ezequias disse: __Maria, para voltarmos, vamos precisar de num mínimo de duas cestas básica, naquele programa que nos discutimos na viajem ne.

É acho que uma é o suficiente, pode liberar as doze restante, através do João ele soube que o estado inteiro estava em péssima situação os maridos tinham ido para uma frente de trabalho, ganhar uns trocados que era de CR$ 50,00 cruzeiro por mês e as mulheres tinham ficado com os filhos e iam se

Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 08/04/2012
Código do texto: T3600665
Classificação de conteúdo: seguro