Retirada.
Era início de Setembro
Com tanta dor no meu peito
Vê a terra que tanto amava
Seca daquele jeito.
O céu azul de anil
O sol brilhante e ardente
Faltava chuva na terra
Para alegria de nossa gente
No sertão a chuva é tudo
Sem chuva não somos nada
Com tanta seca e poeira
Ponhei o pé na estrada
Arrumei a minha mala
de tristeza e solidão
fui para a cidade grande
de asfalto e poluição
lá tudo era diferente
não tem roça,nem alambique
para tomar uma água ardente
e abrir o meu apetite
o trabalho era pesado
e agente mora sozinho
se acaso acabar o sal
você não conhece o vizinho
com tanta dificuldade
firmei minha opinião
vou voltar amanhar mesmo
lá pras bandas do sertão
chegar feliz da vida
e dizer sem vaidade
prefiro morrer de sede
do que morrer de saudade
fim