MINHAS TARDES NO SERTÃO

Era sempre o que eu fazia

No final do expediente

O astro rei lá no poente

Vermelhão do fim do dia

Minha maior alegria

Era mesmo contemplar

As belas no caminhar

Tardes quentes de verão

Nas ruas do meu sertão

A saudade é de matar!

Parava lá na calçada

Com o ar do carro ligado

No fumê bem disfarçado

Cada segundo uma olhada

A parada de fachada

Era minha diversão

Espécie de obsessão

Talvez uma fantasia

Era no final do dia

A fonte de inspiração

Quando via uma morena

Roupa cotton apertada

Silhueta desenhada

Com blusinha bem pequena

Fantasiava essa cena

Bela mulher sertaneja

Meu corpo muito a deseja!

Vinha em minha direção

Disparava o coração

Com medo qu'ela me veja

A loira vem rebolando

Sacudindo seu cabelo

Na verdade é um apelo

Todo mundo a desejando

Eu no carro já suando

Olhando a outra que vinha

Era assim toda tardinha

No vermelhão do arrebol

Eu rezava para o sol

Ficar mais uma coisinha...

Aquela bela menina

Do cabelo cacheado

Um andar bem apressado

Olhos claros, pele fina

Na frente vira a esquina

Com um jeito bem faceiro

Deixando somente o cheiro

Cheirinho de interior

Só sabe quem já cheirou

O quanto ele é verdadeiro

Era tanta formosura

Naquela cidadezinha

Ficou na memória minha

Vou levar pra sepultura

Bela gente uma mistura

De várias raças formadas

Todas por mim admiradas

Moram no meu coração

Em pleno seco sertão

Nas tardes de caminhadas

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 24/06/2011
Reeditado em 24/06/2011
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