UM DIA QUANDO EU CRESCER....
Escrevi esse poema em vários estilos, sem regras, apenas pra mostrar a confusão mental do poeta ,quando menino, em escolher uma profissão....
Podia ser o que quisesse
Pois tinha imaginação
Um padre da santa Igreja
Até mesmo sacristão
Um jogador depravado
Que quando se ver quebrado
Vende até a alma ao cão
Pensei em ser violeiro
Vivendo pela estrada
O chapéu minha morada
Correr meu país inteiro
São paulo, Rio de Janeiro
Meu Nordeste, todo o Norte
O sertanejo é um forte
Enfrenta qualquer parada
Sem medo não teme a nada
Correr perigo é esporte
Eu vou ser um boiadeiro
Pra jogar gado no chão
Vou ser um bom sanfoneiro
Pra cantar o meu sertão
Um poeta cantador
Destilando muito amor
Um primor de inspiração
Quero ser um advogado
Bem bonito eu vou falar
No fórum vou discursar
pra o juiz ficar calado
Podia ser um chapiado
Mas com um belo destino
Fui um sonhador menino
Sonhava até acordado
Vou ser um bom professor
Em letras vou me formar
Famoso eu irei ficar
Faço tudo por amor
Poderei ser um doutor
Aquele com doutorado
Poderia sem um político
Daquele bem descarado
Um levador de fuxico
Um Sertanejo azilado* (*) Palavra De origem Cearense e Paraibana
que tem vários sentidos. Aqui, entenda
como sem futuro, desocupado, etc
Poderia ser bodegueiro
Ser o sócio de Aldemar* (*) Aldemar Alves, grande Recantista,
Ser um pastor e pregar Amigo virtual, lancará um livro comigo
Como Antônio conselheiro e Carlos Aires(Ilustre poeta)
Pensei em ser cangaceiro
Um segundo Lampião
Percorrendo meu sertão
Mascando folha de urtiga
Desenterrando botiga
Jogando no matulão * (*) Espécie de bornal antigo
Poderia ser um bicheiro
Viver na contravenção
Ser lavador de dinheiro
Um Petista, um bichão
Enricar na maciota
Mentindo só na lorota
Ser poeta charlatão
Pensei também em ser médico
Andaria até de branco
Portanto pra lhe ser franco
É uma boa profissão
Viveria em hospital
Cuidando de todo mundo
Sem dormir um só segundo
Fiz teste vocacional
Quando quis a medicina
Quase tudo releguei
Aos estudos me entreguei
Eu mudei toda rotina
Tive muito disciplina
Abandonei meu sertão
Fechei o meu coração
Com corrente e cadeado
Hoje sou realizado
Poeta cirurgião
Médico poeta
Que vive rimando
Muitos operando
Nadinha me afeta
De forma indireta
De tudo sou um pouco
Sou surdo sou mouco
Não digo o que vejo
Sou um sertanejo
Médico, um louco!