O MEU CANTAR É ASSIM

Ao ouvir a minha voz

Todo cantor me obedece

A minha voz é tão forte

Todo planeta estremece

As águas do mar se abalam

E as pedras do morro desce

Quando começo a cantar

Tudo fica diferente

O forte se torna fraco

O medroso fica valente

A Terra foge do eixo

O Sol deixa de ser quente

Todo poeta já conhece

Do Zé Bezerra a fama

O que é mole, endurece

E o duro vira lama

Todo poeta se cala

E dele ninguém reclama

Sou cantador de repente

Sou vencedor de questão

Dou tapa que voa cinza

Não procuro distinção

Sou destemido em tudo

Desde a cidade ao sertão

Sou muito respeitado

Mas à seita, não dou crença

Poeta que se diz duro

Meto ele numa prensa

Ele chega perto de mim

Se ajoelha e toma a bença.

Para cantar comigo

Pouco poeta agüenta

Muitos já desistiram

Os mais fortes se arrebenta

Os que são mais afoitos

Dou-lhes um cristel de pimenta

Sou poeta cordelista

Craque de boa cachola

Sou como o rei Pelé

Que foi o craque da bola

Canto e escrevo poemas

O lápis é minha viola

Conheci grandes poetas

E famosos repentistas

Como muitos escritores

Que chamamos cordelistas

Leandro Gomes de Barros

E o cantor João Batista

Não vim consertar a Terra

O bem com o mal não confundo

Minha consciência é plena

Meu pensamento é fecundo

Só Deus tem força e poder

Pra consertar este mundo

Sou temperado e humilde

Essa é minha identidade

De Deus recebi o dom

Pra viver em liberdade

E partilhar com os outros

O pão da felicidade.

Em, 02-05-2011

Zé Bezerra o Águia de Prata
Enviado por Zé Bezerra o Águia de Prata em 04/05/2011
Código do texto: T2949336
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