ABC, O MAIS QUERIDO

Fundado no ano quinze

Do vigésimo secular,

O ABC Futebol Clube

Nasceu pra comemorar

Um cabedal de vitórias

Enchendo de muitas glórias

O esporte potiguar.

Para o seu nome firmar,

José Potiguar Pinheiro

Quis logo homenagear

Pacto de paz verdadeiro

Argentina, Brasil, Chile.

Disso não há quem estrile

Nem aqui, nem no estrangeiro.

Campeonato primeiro,

Na conquista estadual,

Mil novecentos e vinte

Foi um ano triunfal,

Quando o time preto e branco

Tornou-se um vencedor franco

Na competição local.

É destaque nacional

Por ser maior campeão,

Em nossos campeonatos

Ter grande consagração.

Já venceu mais de cinqüenta

E hoje seu clube ostenta

Recorde em nossa nação.

Dez vezes em sucessão

Tornaram o clube famoso,

Por ter sido campeão

Em um feitio assombroso,

Sem ter sido interrompido

E em todos haver vencido

Deixando o povo orgulhoso.

Nesse fazer fabuloso,

Honrando a sua bandeira,

Teve a torcida aumentada

E nominada “frasqueira”.

Por ser por ela escolhido,

Foi chamado “o mais querido”

Nessa terra de “Praeira”.

Em toda história e carreira

Revelou nomes e famas.

Teve Vicente Farache

E a esposa Maria Lamas:

Ele, um grande Presidente,

Ela, uma grande Assistente,

Tempo de campo sem gramas.

Para alimentar as chamas,

Do fogo memorialista,

José Prudêncio Sobrinho

Foi um grande abecedista,

Que pela primeira vez

Lutou, sofreu, porém fez

O seu time excursionista.

Europa e África à vista,

Ásia na rota também,

Viram o ABC jogando

E mostrando muito bem

Que o futebol potiguar

Estava ali pra ganhar

Sem ter medo de ninguém.

De avião, navio ou trem,

Por três meses viajaram,

De mais de vinte disputas

Em sete delas ganharam,

Sofreram cinco derrotas,

Mas tiveram boas notas

Pois noutras doze empataram.

Lembrando dos que jogaram

Naquela excursão pra ali,

Destaco Demolidor,

Morais, Danilo, Alberi,

Libânio e Anchieta,

Valorizando a jaqueta

Das terras do Potengi.

Depois me lembrei que li

Alguma coisa, em jornal,

Do tempo mais prolongado

Do ABC maioral,

Que o Guiness registrou:

O time que mais ficou

Longe da terra natal.

Do rico manancial,

Do passado glorioso,

Lembro o “professor” Jorginho

Por ter sido o mais famoso

E também do bom Dequinha

Que integrou “a canarinha”

Em momento primoroso.

Outro ser maravilhoso,

Que no ABC deu pé,

Foi o galego Marinho

Que jogou junto ao Pelé.

Na seleção brasileira,

Encantou e fez carreira

Lembrando um certo Mané.

Também houve um Dedé

Que, mal chegou, foi embora

Para jogar no Cruzeiro,

Dando orgulho à mamãe Dora.

Serviu de exemplo a Nonato

Que seu caminho de fato

Seguiu do ABC a fora.

Trazendo mais para agora,

Wallison foi brilhante.

Campeão no ABC

Partiu pra terra distante,

Foi jogar no Paraná,

Mas demorou pouco lá.

Do Cruzeiro hoje é avante.

Com passo modificante

E um sabor de bombom,

No ano dois mil e dez

O ABC deu o tom.

Conquistou o estadual

Série C, nacional,

Voltou pra B, muito bom.

O regente desse som,

Que animou nossa torcida,

Chama-se Rubens Guilherme

E hoje dedica a vida

Ao clube de coração,

Tantas vezes campeão,

Durante a sua investida.

A torcida tem guarida

Ao pedir contratação.

O segredo do sucesso,

Dessa nova Direção,

É ficar atenta a tudo,

Evitando todo entrudo,

Pra não ter complicação.

Modo de administração

Totalmente diferente,

Aproveita no ABC

A força da sua gente.

Alegre, alegra a frasqueira

Mostrando, a quem quer que queira,

Que o ABC vai para frente.

Um passo mais que premente

Foi dimensionar a vila,

Colocar mais torcedor,

Ter mais sócio nessa fila,

Levar a prata da casa,

Puxar a carne pra brasa,

Esculpir com própria argila.

De dentro dessa mochila,

Recolho o seu torcedor,

Que ajunta todo trocado,

Para assistir com amor,

A bola que vai daqui

O passe que vai pra ali

Do pé do seu jogador.

Aproveito e dou louvor,

A quem nem sempre é da fita,

À torcedora querida

Que eu chamo de Dona Rita

Que, pela idade avançada,

Não pode ver a jogada

Mas aguarda em casa aflita.

Em nome dela e da escrita,

Escrevi este cordel,

Sem ter qualquer intenção,

Além de por no papel,

Todo amor já devotado,

Pelo clube mais amado,

Deste simples menestrel.