SAUDADE DO MEU SERTÃO
SAUDADE DO MEU SERTÂO
Lá na terra onde eu nasci
Bem no recanto do sertão
Lembro-me com saudade
Da cana moída no engenhão
muita garapa na cuia eu bebi
Comi rapadura com mamão.
Ainda hoje me recordo
Da terra preta do Japão
Lugar que o caldo de cana
É mais doce que mel no pão
E o luar é o mais belo
Que existe no sertão.
Lá de tudo se plantava
E se colhia de mais
Muitas frutas e legumes
Também belos canaviais
E se fazia um bom suco
Colhido dos açaizais.
Depois de colhido o feijão
Esperava a mandioca crescer
Para transformá-la em farinha
Logo bem cedo no amanhecer
Pra fazer um dela bom pirão
Pra toda a família comer.
Uma boa galinha caipira
Temperada com açafrão
Carne de sol assada na brasa
Fazia parte da nossa refeição;
Pra contemplar n osso cardápio
Tinha no espeto Juriti e canção.
Eu nunca vou me esquecer
De uma caça bem preparada
Feita no óleo de babaçu;
Estando bem temperada
Pode ser peba, cutia ou tatu.
O que cair na emboscada.
Também no meu cardápio
Já comi até camaleão
Mas a minha sobremesa
Era melancia ou melão
Isto é apenas um pouquinho
Da história do meu sertão.
Acordar antes do amanhecer
É rotina do bom sertanejo
No varal pegar o seu gibão
Depois tomar café com queijo
Selar bem o seu cavalo alazão
E sair logo para o manejo.
De dia eu vejo com clareza
Nossas águas cristalinas
Brincando nas correntezas;
Sempre tinha lindas meninas
Mostrando em suas belezas
A magia da alma feminina.
Lá é mesmo um paraíso
Tem muita beleza pra se ver
Mas daquelas lindas meninas
Eu não consigo me esquecer
Eu fiquei muito apaixonado
Sem saber o que fazer.
Quando tinha piquenique
Nos rios e praias do sertão
Meu corpo se extasiava
Ao ver Joana e Conceição
Eram as mais belas mulheres
Nascidas naquela região.
Eu fiz muitas serenatas
Para as mais lindas donzelas
Lembro-me de Maria e rita
O quanto elas eram belas
Meu coração palpitava
Quando elas saiam na janela.
Lá todos têm o que fazer
Vivem como bandeirantes
Tem valor quem trabalha
Adquire recursos bastantes
Quanto mais tem mais se desejam
É só acreditar e ser perseverante.
Ainda tenho muito que contar
Mas não tenho mais tempo não
Convido a todos pra conhecer
Com muita alegria e satisfação
Toda aquela gente humilde
E as belezas do meu sertão.