Saudade de minha terra ( Galope Miudinho )

Ao sentir a saudade no meu peito,

Bate forte a vontade de voltar,

Abraçar os amigos e no leito,

Do meu “velho monge” mergulhar.

Ir às sete cidades visitar...

E rever o conhecimento eterno,

Revelado ali em cada lugar,

Como temos também no pergaminho,

E sentir novamente o amor paterno,

Nos dez pés de galope miudinho!

Essa tal de saudade é cruel...

E a distancia inimiga com certeza!

Amargando bem assim como um fel,

Causa sempre muita dor, muita tristeza.

Mata até, quando assim pode matar...

Tira a vida do ser e sua beleza,

Veja bem esses versos com clareza

E vá cantando por todo o caminho,

Que a saudade irá lhe acompanhar...

Nos dez pés de galope miudinho.

Quero ver minha pequena agricolândia,

Os parentes que eu tenho sempre lá,

É a cidade por mim querida e amada,

Não tem rios e nem tão pouco mar...

Mas tem açudes e lagoas pra pescar,

E muita terra virgem, boa pra plantar,

Pássaros belos ali estão a cantar...

O xexéu na palmeira faz seu ninho,

Quero à sombra da figueira descansar,

Nos dez pés de galope miudinho.

Chôro vem ao lembrar a terra máter,

Pois o tempo deixou eternas marcas,

Da infância me vem muitas lembranças,

Que da mente não sai um só minuto...

Lembro os tios, as tias, os primos e a avó!

Os bons amigos daquele tempo belo,

Ficando triste eu tenho muita dó...

Sofro muito, sinto falta do carinho,

E por anos e anos fiquei só,

Nos dez pés de galope miudinho.

Em Teresina, no meu bairro matinha,

Eu cresci tomando banho e pescando,

No meu belo e gostoso rio Parnaíba,

Ainda hoje ao dormir eu vou sonhando,

Os amigos eu vou sempre eternizando!

Pois são parte pra mim muito importante,

Mas aqui vou terminando neste instante,

Pois lembrança me deixa em pedacinho!

A tal saudade é dura e triste realmente...

Nos dez pés de galope miudinho.