SAUDADE CAMPEIRA

Meu alazão manga larga,

Marchava todo faceiro,

Na festa de São José,

Onde tinha fazendeiros.

A peonada ali de perto,

Todos vinham de carqueiros,

Pra levar todas as prendas,

Que rematavam das tendas,

Em nome do Padroeiro.

A missa era rezada

Com sermão e ladaínha,

Padre Miguel já falava,

Dos cochichos das mocinhas.

Que vinham todas bonitas,

Das bandas do ribeirinha.

Embelezar a festança,

Regada com muita dança,

Enfeites de bandeirinhas.

O pessoal de Serrinha,

Do Serrado e Boa vista,

Todos vinham pra Itopava,

Onde a festa era bem quista.

Eu vinha de pedra branca,

Com meu jeitão de artista,

Com a viola tinindo,

Chegando, apeio sorrindo,

Tentando nova conquista.

Ai que saudade campeira,

Que eu tenho do meu rincão,

Onde a fazenda era boa,

Motivo de comunhão.

Entre nós das redondezas,

Tinha por obrigação,

Ajudar os boiadeiros,

Mesmo sendo forateiros,

Tratados de coração.

Hoje em dia não existe,

A festa do Padroeiro,

A igreja virou tapera,

Igual o lugar inteiro.

De Itopava só restou,

Lembranças desse vaqueiro,

Que campeou na invernada,

Fez da vida sua estrada,

Por esse chão brasileiro........