CORDEL – Mote – Dissera o próprio Lula/ Que era a Dilma, Mandela
Queremos agradecer aos poetas que compareceram com suas interações nas glosas desse mote, que é muito atual, em face das eleições que se avizinham. Deus lhes pague.
Jerson Brito, grande mestre, iniciou:
*
Outra pérola assistimos
Foi exibida na tela
Ou choramos ou sorrimos
Ou tocamos vuvuzela
Essa aí, amigo, engula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
Pro querido Presidente
Tudo é festa, a vida é bela
Ele está todo contente
Com o crescimento dela
O eleitor agora adula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
Pro amigo do Planalto
Não tem chuva, nem procela
O seu cacife está alto
Feito Ibope de novela
Conforme a sua bula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
A Copa já se aproxima
Pra nação verde e amarela
Todo mundo tá no clima
Quatro cores n'aquarela
É por isso qu'ele pula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
Ansilgus, o aprendiz da turma falara assim:
Já sei qual é minha sina
Não adianta querela
E Ninguém nem imagina
Que eu até goste dela
Quem sabe talvez engula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
O Serra está pensando
Como sonho de donzela
Ou pode estar zoando
Devagar me livro dela
Meu coração até pulula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
A disputa tá renhida
No PAC a mãe, se atrela
Muito comprometida
Não gasta toda parcela
Então com a obra chula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
*
A oposição não existe
Só serve de sentinela
Pra mim chega a ser triste
Caiu a minha espinhela
Sem remédio nem bula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
Jacó Filho nós agradecemos seu apoio irrestrito, meu caro:
Sangue que não circula,
Toma cor da aquarela,
Somente a pulga pula,
Pra evitar a cancela...
Bebum monta na mula,
E jura ser sua donzela...
Dissera o próprio Lula
Que era Dilma, Mandela.
Nosso Brasil perambula,
Sem seu dedo que sela...
Medicamentos sem bula,
Que descem pela goela...
Acordo que o rei burla,
Pra brilhar na passarela...
Dissera o próprio Lula
Que era Dilma, Mandela.
Onde a mosca copula
Pelo furo da janela,
Sobra alguém que jura,
Que um dia desmantela,
Qualquer chance de cura,
Que o mérito chancela...
Dissera o próprio Lula
Que era Dilma, Mandela.
Desconheço tal criatura,
A não ser, pela novela...
Cego, surdo, ele calcula,
Eleger e mandar nela...
Se precisar, ela fura,
E põe ELE na panela...
Dissera o próprio Lula
Que era Dilma, Mandela
Com carinho, a Milla Pereira compareceu e deu um banho:
O Palácio do Planalto
Parece uma gamela
Todo mundo lá no alto
Explorando a clientela.
Uma conversinha chula
Dissera o próprio Lula,
Que era a Dilma, Mandela!
Chove, faz sol e não muda,
Esta constante mazela
É um tal de Deus me acuda
Que pra Ele a gente apela.
Lá dentro, só se articula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela!
O Presidente queria
Eleger uma gazela
Não achou outra e no dia
Escolheu mesmo aquela.
A dúvida se acumula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
O povo vota em ladrão,
Em pilantra e matusquela,
Na hora da eleição
Vão perguntar: quem é ela?
E o boato circula:
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela!
Celêdian como sempre, nos distinguiu assim:
Na África fez história
Pela justiça apela
Um negro muito valente
Preso, anos numa cela
Aqui, tudo é confuso
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
Foi eleito presidente
É o que deseja ela
De presa a heroína
No país só de novela
Ficha limpa é besteira
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
Os dois pegaram armas
Cada qual, uma querela
Apartheid, ditadura,
Difere a luta dela
Ele poupa inocente
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela
Carlos Soares, grande cordelista pernambucano de Cupira assim interagiu:
Do Lula sou muito fã
Porém não sou um fã dela
Como Lula a manipula
Talvez possa votar nela
O presidente a rotula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
A Dilma está crescendo
Aumentando a clientela
O Serra é muito fraco
Perde terreno pra ela
Como a mídia veicula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
O povo já se articula
Pra decidir a novela
O Serra é o tucano
A Dilma é a gazela
Que o presidente bajula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
Vamos pensar direitinho
Pra evitar a mazela
Serra é muito espertinho
Mas Dilma não amarela
Nosso voto reformula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
Miguel Jacó, outro batuta, não poderia ficar ausente e nos premiou:
No ciclo de quatro anos
A conversa se renova
E tudo que foi engano,
O político põe a prova,
Até parece uma bula,
Pra se ler a luz de vela
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma Mandela.
Os comicios são fajutos,
Com promessas mentirosas,
Bando de filhos das putas,
Caloteiros bom de prosa,
Com seus poderes ocultos,
Fazendo a vez da tramela,
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma Mandela.
Desta vez seremos vivos,
E botaremos atenção,
Corrigiremos deslizes,
Com grande satisfação,
Se a conversa encabula,
Dos olhos tiro a remela,
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma Mandela.
Por fim eu entrego a Deus,
Este pleito majestoso,
Na guerra dos filisteus,
Vencerá sempre o glorioso,
O homem possui a gula,
Mas a fé é tão singela,
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma Mandela.
Mário Roberto Guimarães, que nunca fica de fora, compôs com 10 versos de sete sílabas:
Político faz lambança,
É da própria natureza
E no Brasil, com certeza,
Desde os tempos de criança,
Nunca tive confiança
Nessa raça, que atropela
Nossas leis, sem mais aquela,
São teimosos como a mula.
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
É de se estarrecer
Tamanha cara de pau,
Comparando assim, tão mal,
A aspirante ao poder,
Com quem fez por merecer
Respeito, em carreira bela,
Retratada em aquarela,
No prestígio que acumula.
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela.
Giustina, grande amiga não poderia estar de fora:
Ignorante da História
Faz mistura na panela
Ele não tem memória
E um a outro atrela
Isso até me encdabula
Dissera o próprio Lula
Que era a Dilma, Mandela