VIDA DE CACHACEIRO.

A vida de cachaceiro,
É sempre a mesma rotina,
Até mesmo sem dinheiro,
O sujeito cumpre a sina,
De viver pelos botecos,
Na birita dando um teco,
Na branquinha coisa fina.
 
O cachaceiro amanhece,
Com plano todo traçado,
De se juntar aos amigos,
E cumprir o combinado,
Ir pros botecos beber,
Toda cachaça que ver,
Mesmo que seja fiado.
 
Só em está no boteco,
Já é o máximo pro cara,
Se reunir com a família,
Pra ele isso é coisa rara,
Enche o Pandu sem receio,
Se estiver de copo cheio,
A alegria não falha.
 
A vida de cachaceiro,
É mesmo uma agonia,
Bebendo o tempo inteiro,
É seu lema cada dia,
Fica perito em mentir,
Habituado a cuspir,
É cheio de filosofia.
 
No boteco o cachaceiro,
Esquece toda miséria,
Vira rico e fazendeiro,
É o que diz pra galera,
Enquanto a esposa em casa,
Fica pisando em brasas,
Rosnando feito uma fera.
 
Com o vício da cachaça,
Os filhos até passam fome,
Sorvem sem culpa a desgraça,
Que ao cachaceiro consome,
Até pra fazer a feira,
Tem que tomar saideira,
Para provar que é homem.
 
Passar o dia nos botecos,
É pra ele uma alegria,
Ser picolé de cachorros,
Às vezes durante o dia,
Bebe tudo até cair,
Pelo chão fica a dormir,
Pondo a culpa na branquinha.
 
É assim que o cachaceiro,
Encara sua sentença,
Em todo boteco ele bebe,
Pra ver se há diferença,
No sabor da tal bebida,
Para ele a preferida,
Não há dinheiro que vença.
 
Quando sai com a esposa,
O sujeito cachaceiro,
Antes de outro lugar,
Vai ao boteco primeiro,
Deixa de lado o dever,
Desanda então a beber,
Assim fica o dia inteiro.
 
Vejam então que triste sorte,
Da mulher do cachaceiro,
Viver junto de um sujeito,
Que o oficio primeiro,
É se instalar nos botecos,
Esvaziado os canecos,
Do  wisk brasileiro.
 
O cachaceiro malandro,
Reserva sempre um trocado,
Pra tomar sua cachaça,
Esses tostões são sagrados,
Pode faltar pra comida,
Mas pra gastar com a bebida,
Ele está sempre abonado.
 
Um filho pede bolacha,
O outro lhes pede pão,
E o infeliz cachaceiro,
Não tem uma solução,
Assim vira pé enxado,
E colhe como resultado,
A morte na solidão.
 C B Araújo.01/06/2010.
 
 
 
 
 
 
 
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 01/06/2010
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