Poste embriagado
Em sessenta e quatro
Mim habilitei a dirigir
Nunca atropelei um pato
E não estou a mentir
A verdade deste fato
Você pode conferir.
Já dirigi muito bêbado
E o carros mim levava
Pra Campina ou Penedo
Ia onde eu mandava
E eu nunca tive medo
Pois nunca facilitava.
Um poste embriagado,
Carregando transformador
No pescoço pendurado,
Um dia me atropelou
Só não fui pro outro lado
Porque Deus não deixou.
Imagine aquele presepe
Andando no meio da pista
Eu acreditando na peste
Mudei a visão minha vista
Não foi um e nem dois teste
Ou concurso para artista
Foi uma tremenda pancada
Que a murrinha causou
Ou foi minha a mancada
Não livrando de no capô
Não vim fazer pousada
O grande transformador.
Ainda tive de pagar
Imagine que coisa feia
A empresa me cobrar
Coisas que são alheias
Poste fios e se eu juntar!
Um pedaço da urêia.
O poste não foi punido
Ficou impune o danado
De documentos munido
Não estava o desgraçado
E eu fiquei incumbido
De pagar os resultados.
Total foi a perda minha,
Mais agora com a seca lei
Desrespeitando a rainha
Caninha que o poste rei
Bebeu na estradinha
Onde sóbrio eu parei.
Ele devia ir pra prisão
A empresa indo também
Já pensou se um caminhão
Quem sabe fosse um trem
Causando uma explosão
Não sobraria ninguém.
Raeu