Aquecimento grobár
A natureza em fúria
Nois sabemo há quem curpá
Us madeirero ganancioso
Lá dus quinto do Pará
Ou é us cabras dais indústria
Que joga o esgoto acolá
Nossa parcela di cúrpa
Num dianta querê iscondê
Ocê pinchô lixo na vala
Dizeno que foi sem querê
Quando vinhé a inchente
Num dianta sí arrependê
Tão falano pur aí
Em aquecimento grobár
Lixo jogado na rua
Lá na minha ou na tua
Vórta pra drento di casa
Isso é muito naturár
Púrquê a mata pegô fogo
Arguma coisa cunteceu lá
Num sabemo dereito
Tarveis é a seca daquele eito
A chêpa dú cigarro dú matuto
Ou argum balão qui caiu acolá
Nossu críma ta maluco
Um dia chove dimais
Notro um calorão di matá
O sujeito dórmi na cama
Í siacorda na lama
Amanha acúmo será
Eu pregunto pra vancê
A curpa di quem será
Qui é quí nói vamu fazê
Será quí inda dá tempo
Di ú nossu povo inducá
Ou vamu junto perecê...