OBESIDADE MATA
OBESIDADE MATA
A uns 30 anos atrás
Houve um casamento
Maria casou com João
Sem o tal ressentimento
Uma vida de alegria
Muito amor e folia
No dia do juramento
Maria bem jeitosinha
Do jeito que o diabo gosta
Era o orgulho de João
Que fez até uma aposta
De casar com sua Deusa
Deixando de vez a Cleuza
Que até hoje desgosta
Compraram logo uma casa
Fizeram logo um filhinho
Ela ainda mais formosa
Dava a João muito carinho
Teve o segundo e o terceiro
O marido ficou mais faceiro
Com mais um menininho
Alegria não mais faltava
Na vida desse casal
Que durante os anos
Não cometeram mal
Viveram em harmonia
Demonstraram simpatia
Muito amor e coisa e tal.
Maria ainda formosa
Chamava muita atenção
Enlouquecendo os transeuntes
Causando ciúmes ao João
Que ficava tão vermelho
Com ciúmes até do espelho
E do seu pobre irmão.
Mas o tempo foi passando
Tudo começou mudar
Ele ficando mais velho
Ela começou a engordar
Perdendo as silhuetas
Despencando as suas tetas
E ninguém mais a admirar
Engordou 70 quilos
Se caísse ia embolar
Desceria uma ladeira
Sem mais poder andar
Sentia dores nas pernas
Pareciam serem eternas
Cuidava logo em parar
E o amor que existia
Parecia estremecer
Na hora de ir para a cama
João não queria mais ver
Foi perdendo o apetite
Ia ficando mais triste
Sexo não podia mais ter.
Arrumou logo uma amante
Uma jovem bem elegante
Que morava ali pertinho
Encontrava-se num instante
Fugiam para um motel
Lá sentia o gosto do mel
Da mocinha interessante.
Quando voltava pra casa
João ficava trombudo
Bastante mal humorado
Parecendo o cadeirudo
Enquanto que a Maria
Quase todo o santo dia
Comia uma panela de miúdo.
Além do café da manhã
Regado a pão e cuscuz
Uma jarra do pretinho
Valei-me meu bom Jesus
E o lanchinho pra ela
Era inteira a mortadela
Com suco de mastruz
Meio quilo de feijão
Seu almoço levava
Quando faltava o mesmo
Entrava um quilo de fava
E no lanche das três horas
A famigerada devora
A farinha que não faltava
A esta altura já estava
Com 156 quilogramas
Passando assim a viver
Na sua vida dramas
Descobriu a traição
Do seu marido João
E as suas grandes tramas
Ficaram logo intrigados
Não usavam a mesma cama
O amor ia se acabando
Transformando-se em lama
Os filhos já casados
Dos dois bem afastados
Não viviam este drama.
Meses se passaram a fio
E muito constrangimento
Ele dormindo na sala
Com grande sofrimento
Ela tomou conta da cama
Fazendo valer sua fama
Reforçando seu tormento.
E logo cedo ao acordar
Bom dia não mais trocavam
Parecia até que agora
Eles mais se odiavam
Não tomavam café juntos
Fugiam de todos os assuntos
E não mais se beijavam
Ele saia ia pra rua
Pro motel ia namorar
Ela ficava em casa
Tinha roupa pra lavar
Comia um monte de pão
Farinha com macarrão
E não dava pra saciar
Aumentando quilo a quilo
Escondeu até o pescoço
Juntando toda a massa
Parece até um caroço
E aquele rego das costas
Em situação oposta
Não leva mais ao poço.
Isso foi o que entristeceu
O pobre do maridão
Que quando via o corpo
Lembrava com comoção
Daquele corpo perfeito
Que o fazia de eleito
E cheio de satisfação
O tempo foi se passando
Nada da coisa mudar
Ela cada vez mais inchando
Sem parar de engordar
Ele mais namorador
Da mulher tendo pavor
Sem a querer amar.
Como tudo tem momento
Não seria diferente
Ela encheu seu saco
Virou logo uma crente
Entregou-se para Jesus
Em busca de uma luz
Mas nada foi pra frente
Foi quando um belo dia
Acordou-se invocada
Discutiu com o marido
Por causa da namorada
Trocaram alguns insultos
Na rua causou tumultos
Pois entraram na porrada
E quando dentro de casa
Com seu pesinho anormal
Pulou em cima do marido
Mandando-o pro hospital
Foi uma sentada pesada
O pobre não fez mais nada
Foi socorrido muito mal
Dois dias de internamento
Numa cama da UTI
E a pobre gorda coitada
Pra cadeia teve que ir
Pois Joãozinho querido
Tinha mesmo falecido
Não teve como resistir
Veja bem meu amigo
Minha amiga também
Quero deixar bem claro
Não discrimino ninguém
Seja negro, crente ou gordo
Não entro em desacordo
Pois sou gordo também
Mas o que eu quis aqui
Foi abrir a sua cabeça
Para que cuides da saúde
Disso não se esqueça
Se aumentar o volume
A obesidade você assume
Antes que se padeça.
Portanto me baseei
Numa curta noticia
Mudei um pouco o texto
Pra driblar a pericia
E não copiar o assunto
Para não virar defunto
Ou marido da Morticia
Então vocês entendam
Esta minha narração
Sem nenhum preconceito
Com credo ou nação
Amem-se como casal
Amantes e coisa e tal
Do fundo do coração
Mas que fique bem claro
Que preconceito maltrata
Afastando todos os seres
Com justificativa ingrata
Mas para nossa infelicidade
Digo-te que a OBESIDADE
Com sua fúria MATA.
Então se cuide amigo
As minhas gatas também
Pois o peso desejado
Deve ser muito abaixo de 100
Relacionado com a altura
Para ter a formosura
E se apaixonar por alguém
Ou seja, até por você
Que não ta nem ai pro peso
Saboreando uns hamburgers
E ficando muito obeso
Apresentando caseira
Na subida da ladeira
Deixando o sinal aceso.
Espero ter contribuído
Para a sua saúde
Pois qualquer alimentação
A todo guloso ilude
Tornando-o tão pesado
Podendo se afogado
No mais raso açude.