O azulão que se transformou em urubu. Ou seria um jacu?

Era uma vez

Um camponês

Tinha um único filho

E uma plantação de milho

No terreiro algumas galinhas

Um azulão na gaiola e uma vaquinha

O filho do camponês

Era muito preguiçoso

A tarefa de uma semana

Ele fazia em um mês

Confiar a ele algum trabalho

Seria até meio perigoso

As galinhas

Pobrezinhas

Se dependesse do homem

Morreriam todas de fome

Uma vez pra não ordenhar a vaca

Ele cortou a mão com uma faca

Sempre arranjava um meio

Para fugir do trabalho.

Certa vez

O camponês

Numa manha de muito frio

Mandou seu filho adubar uma área para o plantio.

O jovem como sempre estava indisposto

Naquela manha de agosto

Com um pouco de malícia

E preguiça até demais

Para não executar o serviço

Escondeu o adubo entre a ração dos animais.

O camponês

Por sua vez

Confundindo o adubo com alpiste

Passou a alimentar o pobre azulão

Diariamente com adubo

Sem perceber a confusão

O pássaro andou meio triste

Mas não parou de crescer

E logo a gaiola ficou apertada

Como o pássaro era manso

Foi facilmente domesticado

E entre as galinhas passou então a viver

E se transformou em um grande urubu

Ou seria um jacu?

O camponês

Desta vez

Encarou a novidade

Com certa naturalidade...

Carlos Casturino Rodrigues
Enviado por Carlos Casturino Rodrigues em 16/12/2009
Reeditado em 27/04/2010
Código do texto: T1980378
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