Lampião
Virgulino Ferreira da Silva
Meu querido Lampião
Renasce ó tu das cinzas
E põe em ordem esse sertão
No Brasil continuam as contendas
O governo contra a população
São 67 anos de sua morte
E continua árido o teu chão
O solo ainda é o mesmo
A paisagem é de desolação
Acabaram com as onças pintadas
E as emas não tem mais não
Os coronéis, senhores feudais
Agora são políticos da corrupção
Continuam a roubar do povo
Vida decente e educação
Os cangaceiros já não existem
Agora tem menino de rua ou ladrão
Não chegam a viver até os vinte
Morrem drogados, sem pai ou mãe e sem razão
O Padre Cícero que conhecestes
Hoje é um santo em devoção
Do sofrido povo nordestino
Por quem destes a vida pela libertação
E agora as Marias Bonitas
São prostitutas de plantão
Começam nessa vida ainda meninas
A transar por um pedaço de pão
Ressuscita ó Virgulino
A valentia da população
Prá por ordem no Brasil
A partir dessa eleição!