RETRATO DO CEARÁ

Trago cá dentro do peito

Um estado de alegria

Um momento de prazer

Um riso sem fantasia

Um belo e rico pomar

Lirismo do Ceara

Paisagens que erradia.

Quatro séculos de historia

Alegria e sofrimento

Belo cenário de vida

Vem da asa ao pensamento

Trazendo num tema novo

A bravura de um povo

Cantigas tangidas ao vento.

Aqui já não se escuta

O lamento e o clamor

De um povo que viveu

Nutrindo no peito a dor

Somente uma voz se cala

Fazendo tremer a fala

De quem se fez vencedor.

Pois um passado de gloria

Tanta dor, tanta matança,

Num tempo que já se foi

Nada ficou por lembrança

Pois nada muda o destino

De um povo nordestino

Que tem a fé por herança.

Essa terra de Iracema

Tem festejo o ano inteiro

As praias de Fortaleza

Padre Cícero do Juazeiro

No Quixadá tem galinha

Festejo na capelinha

Na fé um povo guerreiro.

Suas festas populares

Tem gracejos, tem folia,

A Festa de São Francisco

Do Canindé sem orgia

Ao Juazeiro do Norte

O Brasil toma transporte

Em forma de Romaria.

Tem a festa dos Caboclos

Com seu inicio em Janeiro

A Regata de Jangadas

Dragão do Mar, Jangadeiro.

Escola de agronomia

Museus, com grande valia.

Nisso foi o pioneiro.

Temos Rachel de Queiroz

Tem Alencar, e Paixão.

No seu tempo foi Catulo,

Didi, Renato Aragão.

Chico Anísio, com amor,

Fagner nosso cantor

Orgulho deste torrão.

Castelo Branco também

Foi Cearense de fama

Tristão Gonçalves valente

Viu o seu nome na flama

Sem medo travou batalha

Na terra que agasalha

O coração de quem ama.

Neste berço da cultura

Da poesia e gracejo

Do caboclo bom de dança

Da mulata e seu molejo

Um povo que tem valor

Honesto, trabalhador,

Orgulho de Sertanejo.

Existem belas cidades

Onde um povo hospitaleiro

Recebe seus visitantes

Como nobre companheiro.

Aqui Turista tem festa

Curte ao som de seresta

E festeja o ano inteiro.

Rico em atrações turísticas

Tem as praias do futuro

Mucuripe, gruta de Ubajara.

O nosso porto seguro.

Tem pouca mortalidade

Com alta natalidade

Claridade em vês de escuro.

Recanto da Poesia

Do desafio na sala

No repente de viola

Matuto não perde a fala

Patativa enobreceu

O canto que era seu

Levou a rima na escala,

Na cultura popular

Seus poetas de cordel

Nisso o Ceará domina

Tem seu nome no papel

O talento e sua arte

Encontra-se em toda parte

Traços de um menestrel.

Artesanato faz fila

Mulher rendeira bordado.

O vaqueiro na campina

Mostra que tem o traçado

Na linha do seu destino

Como bravo Nordestino

Na lida tangendo o gado.

Vamos conhecer cidades

Entrar em cada maloca

Chorozinho Santa Quitéria

Brejo Santo Meruoca

Várzea Alegre Pacajus

Itapagé, Acaraú Crateús,

Ipu, Irecê, Itapipoca.

Iguatu, Camosim, e Cascavel.

Veja a coisa como é

O Barro de Zé Inácio

Barbalha, Baturité.

Jaguaribe, Aracati

Massapé e Mauriti

Ipueiras e Canindé.

São Gonçalo do Amarante.

Depois Quixeramobim

Caminhando mais um pouco

Senador Pompeu por fim.

Crato e Araripina

Aquiraz, bela menina.

Cheirosa que nem jasmim.

Fortaleza a capital

Do Estado é a maior

Destaca-se pela beleza

Entre muitas é a melhor

No seu apogeu encerra

A grandeza de uma terra

Não vive o seu sonho só.

A fé aqui fez morada

Encontrou lugar seguro

No coração dos romeiros

Busca a luz rompendo o muro.

Deixando em cima do altar

E assim pode provar

Que seu gemer tem futuro.

Aqui nós temos um povo

No seu amor é devoto

E pra mostrar sua fé

Vai a pé de carro ou moto

Não importa o sofrimento

Vem em agradecimento

Assim pagar o seu voto.

Em tudo se ver beleza

E na sua arquitetura

O ceará fez seu nome

Como berço da cultura

O amor se fez presente

O peito palpita e sente

A nossa literatura.

Foi José do Patrocínio

Terra da “Luz” lhe chamou

Denominação brilhante

Que no coração ficou

Dando-lhe destacamento

Franqueza de pensamento

Reinado que perdurou.

Para banhar essas terras

Tem o Rio Acaraú

Bela Bacia importante

Ver-se ainda o Coreaú

No seu vaguear matreiro

Banha a terra o ano inteiro

As águas do Aracatiaçu.

Aqui eu paro sabendo

Que meu Ceará tem mais

Mais do que canta o poeta

Em tudo que o povo faz.

Seu belo açude Orós

Tangendo com seus faros

As folhas dos coqueirais.

Fé, amor e esperança,

Ostentação valentia

Rosas caídas ao vento

Tudo transmite alegria.

A cultura tem valor

Lirismo verso e amor

Erguido na multidão

Zelando por um passado

Amando com o coração.

Edilson Alves
Enviado por Edilson Alves em 03/12/2008
Código do texto: T1316561
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