ALÉM DE MIM - PROCURANDO SOLUÇÃO - CAPÍTULO 4

ALÉM DE MIM

PROCURANDO SOLUÇÃO – Capítulo IV

Minutos depois, eles estão diante da porta do apartamento do casal. Lúcio tocou a campainha e Renato atendeu aflito.

- Entrem logo.

Os dois entraram sem entender nada.

- Que foi que houve? Cadê a Andy? – Ângela perguntou.

- Ângela, eu só estou te colocando nisso porque você é minha irmã e eu confio em você, mas o que você vai ouvir aqui e ver tem que ficar absolutamente entre nós, entendeu?

- Credo! Não entendi nada!

- Lúcio, você lembra da dona Carmem ontem, quando você quase atropelou ela? Lembra do que ela disse?

- Ela falou um monte de coisa. Só não chamou a gente de bonito...

- Sim, sim, mas entre outras coisas, o que foi de mais específico e estranho que ela disse?

Lúcio pensou e refez suas lembranças do dia anterior.

- Ela... jogou uma praga em você...

- Isso mesmo... E qual foi ela?

- Bom, era uma coisa muito absurda que só podia ter saído da cabeça de uma velha esclerosada como ela...

Renato ficou olhando para o amigo, quase chorando. Lúcio continuou.

- Ela... disse que queria que sua mulher virasse homem na lua-de-mel. E daí?

Renato suspirou fundo e chamou, olhando para a porta do quarto:

- Meu bem!

Andreia apareceu na porta do quarto. Lúcio e Ângela ficaram olhando para o rapaz sem entender nada. A primeira ideia que passou pela cabeça de Lúcio foi que o amigo estivesse maluco; mas Ângela foi mais longe. Imaginou que o irmão tivesse se transviado por estar chamando um homem de... meu bem!

- Ah, cachorro! – falou ela, batendo nele. – Traindo a coitadinha da Andreia na noite de núpcias! Cretino! E com um homem! Você não tem vergonha, Renato?

Lúcio teve que segurá-la. Renato só se defendia.

- Calma, Ângela! Eu posso explicar. Não é um homem!

Ela parou de bater nele, segura por Lúcio e olhou bem para o “rapaz”, dizendo:

- Se aquilo não é um homem, eu sou o Pato Donald! Como você pode dizer que ele não é um homem?

- Eu sou a Andreia, Ângela... disse o rapaz.

Ao ouvi-lo falar, Ângela desmaiou e caiu nos braço de Lúcio que tratou de ir deitá-la no sofá.

- Renato, quer explicar o que está acontecendo? – falou Lúcio, tentando reanimar a namorada, batendo de leve em seu rosto. – Amor, acorda...

Andreia foi até a cozinha e trouxe álcool.

- A praga da velha deu certo, cara! É isso que está acontecendo.

Lúcio ergueu-se e encarou o rapaz.

- Eu não posso acreditar que... esse aí seja a Andreia!

- Sou eu sim, Lúcio. Você pode me perguntar qualquer coisa que só eu... ou seja, a Andreia saiba e eu vou responder.

Ele pensou e perguntou:

- Quando a Andreia começou a namorar com o Renato?

- No dia vinte e dois de julho, na festa do seu aniversário em Paquetá.

- Tinha muita gente na festa. Qualquer um podia saber...

- Você tinha me proposto namoro na mesma noite...

Lúcio se calou. Renato sorriu.

- Te pegou, hein, cara? Disso só ela, você e eu sabíamos.

- Tudo bem, você é a Andreia... ele disse, aproximando-se mais dela. – Meu Deus! Que transformação! Como isso... pôde acontecer? Aquela velha é fogo!

Ângela começou a acordar e deu um grito quando olhou para Andreia novamente, levantando-se e indo se abraçar com Lúcio escondendo o rosto em seu ombro.

- Ângela, chega de frescura, disse Renato, sentando-se no braço do sofá, desanimado. – Eu já nem sei onde colocar a minha cabeça.

Ângela se aproximou mais de Andreia e tocou seu rosto.

- Não é maquiagem... Como pode?

- Também queria saber... falou Renato.

- Ficou um gatinho... disse a moça, com um sorriso maroto.

- Ângela! – disseram os dois rapazes.

- Ah, tudo bem, tudo bem. Foi só um comentário.

Andreia riu.

- Eu também gostei, amiga.

- Estão vendo? – perguntou Ângela, se enganchando no braço dela/dele.

Lúcio puxou a namorada, tirando-a de perto do rapaz, enciumado de nem ele sabia quem.

- Vamos parar de gracinha? E a velha, Renato? Você já falou com ela?

- Viajou, ninguém sabe pra onde. Eu estou frito. Estamos, aliás.

- Alguém tem que fazer alguma coisa, disse Andréia. – Eu não quero ficar assim a vida inteira.

Temos que achar essa mulher!

- Que voz charmosa que você tem, falou Ângela.

- Mais um comentário desse e você pode esquecer que é minha namorada, Angel, falou Lúcio zangado.

- Ela é minha amiga!

- Com a voz e o corpo de um cara! Respeite ao menos seu irmão!

- Desculpa, Rê, ela pediu arrependida.

- Gente, eu não sei mais o que fazer! Ontem foi o dia mais feliz da minha vida. O início do que eu achava que seria um futuro feliz com a minha Andreia e... acontece isso. Aquela velha não tinha o direito... não tinha.

Andreia ficou olhando para ele por alguns segundos e em seguida deu as costas e foi para o quarto, magoada. Ângela ia segui-la, mas Lúcio segurou seu braço.

- Ela também precisa de ajuda, droga!

- Eu falo com ela.

Lúcio entrou no quarto e a viu chorando, sentada na cama.

- A gente vai encontrar uma solução, você vai ver. Não fique assim.

- Eu estou bem, Lúcio. Estou triste... mais por ele do que por mim. Tinha feito... tantos planos! Tantos... Quando a gente vinha namorar aqui... e aquela velha implicava com a gente, eu nunca imaginei que pudesse dar nisso. Nunca liguei pra ela. Pra mim era só alguém sozinho que tinha inveja do amor da gente. Éramos tão felizes que nem ouvíamos o que ela dizia. E olha aí no que deu... Meu gatinho casado... com um cara...

Ela tirou a aliança do bolso da camisa e ficou olhando para ela.

- O que eu vou fazer com isso agora?

Lúcio não soube o que dizer. Saiu do quarto e foi encontrar com Renato deitado no sofá com a cabeça no colo da irmã, muito deprimido.

- Como ela está? – Ângela perguntou.

- Triste... por você, cara.

Renato não disse nada. Apenas colocou o braço sobre os olhos e começou a chorar.

ALÉM DE MIM

PROCURANDO SOLUÇÃO - CAPÍTULO 4

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

PAZ E BEM!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/10/2020
Código do texto: T7087024
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