O Motim do Louco

Na madrugada do sábado, dia 4 de março, eu me percebi quando estava em um tipo de balsa, ou algo que poderia lembrar uma balsa. Não fazia, e nem faço ideia até hoje de como eu havia parado naquele lugar cheio de pessoas estranhas e sem entusiasmo. Avistei um velho homem e conversamos não sei sobre o quê, mas algo me dizia que ele daria um bom tripulante contador de histórias. Que maravilha! “Tripulante contador de histórias!”, exclamei em minhas memórias. Eu poderia tomar aquele navio se quisesse. Ah, então eu estava em um navio, afinal. Na parte de baixo. O navio estava atracado pelo que parecia, e eu poderia ser um prisioneiro? Talvez, mas o que explicaria eu estar livre para andar por onde eu quisesse? Estranhamente um rapaz, de pouca idade e alegre, com cabelos brancos e espalhafatosos, me avistou e disse que poderíamos tomar o navio. Eu lhe disse que sim, desde que eu fosse o capitão. Ele concordou e planejamos um motim. Ao fundo, na parte mais escura havia um prisioneiro. Não sei o que fizemos com o prisioneiro, esta é uma parte que foge das minhas lembranças. Voltamos ao velho e lhe disse que estávamos fazendo um motim. O velho rio. Esbanjou seu malicioso olhar e ameaçou puxar uma arma. Atraquei no velho e segurei a sua mão com todas as minhas forças e gritei como um louco para que parasse. Não precisaríamos matá-lo e ele poderia ser o nosso contador de histórias em nossas futuras navegações. Não me deu ouvidos e fui obrigado a derrubá-lo e.... ele caiu facilmente! não havia pernas, ele se apoiava em uma espécie de mesa. Meu marujo de cabelos brancos apenas observava, algo me dizia que ele estava me testando como capitão, embora eu estivesse testando-o como marujo. Sobressaí. Não havia armas na mão do velho contador de histórias. Amarrei-o e fiz dele o nosso mais novo tripulante. Enfim, o marujo de cabelos brancos subiu com muita facilidade para a parte de cima do navio, até onde eu não pudesse vê-lo, e de lá gritou “estamos tomando o navio, capitão!”. O navio começou a caminhar pelas águas enquanto ele voltava pra cabine e precisamente nesta hora eu percebi que não sabia se ainda estava preso ou estava solto, afinal, não consegui sair daquele espaço oco, escuro e vazio...

nos sonhos meus...