A ÚLTIMA CARTA
Madrugada fria. Avenida deserta e escura. O ar está húmido pela chuva do dia e pelo sereno da noite.

Algumas poucas estrelas desafiavam as nuvens e brilhavam cintilantemente a milhares e milhões de anos-luz. Aos canteiros centrais, algumas flores agradeciam lindamente a ausência dos homens.

Em me andava calado, com convulsões na mente. Enfraquecido e sozinho enfrentava meus fantasmas desgraçados. Às vezes, para intercalar a dor, lembrava-me de algum anjo ébrio, a passear comigo ou a me amar ao leito de minha cama.

O real sentido não existia nessa hora. E ainda me ardiam chamas e devaneios de outrora, quando frequentava boates e igrejas virtuais.

O Vento parecia nervoso,
Cclérico, como que a querer
devorar-me o corpo
e a alma.


 
Quando, extremamente exausto, cheguei, com a alvorada ainda enfraquecida pelas residuais sombras da noite, à minha casa,
havia um bilhete no portão.

Temi abri-lo. Não estava ali quando saí e, provavelmente, foi escrito por um louco como eu, pensei por algum tempo no que decidiria.

Os primeiros raios de sol já começavam a sangrar o dia, quando resolvi abri-lo, Suspiros e arrepios invadiram-me naquele gélido momento:

“Oi, como vai? Passei para dizer 'adeus'. Você já está preparado para morrer?”
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 25/08/2016
Reeditado em 25/08/2016
Código do texto: T5739739
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