A volta da Fera

Essa noite parecia tudo diferente, minha sede estava mais desperta, a tempos isso não acontecia havia aprendido a controlar meus desejos, mas essa noite nada que fizesse me fazia esquecer dessa necessidade, precisava caçar, mas hoje não queria sangue animal, sei que não ia me satisfazer em nada, o que eu tornava minha situação por demais perigosa, então atravessei a floresta negra, e me vi em outros dominios, que não conhecia, bem longe de minhas terras, e logo avistei um vilarejo, ali estaria minha vitima.

Caminhei lentamente, observando tudo ao meu redor, escutando cada som, casa sussurro, finalmente encontrei uma taberna, um otimo lugar para a caça, pra minha sorte camuflei minha intençao e não estava vestida como uma Duquesa, e sim como uma camponesa normal daquelas terras, entrei, observei, me deixei ser observada na verdade, sabia a fama de mulheres que frequentavam esse lugar, embora não fosse nenhuma delas, mas seria mais facil, para capturar minha presa dessa noite.

Fiquei la por meia hora, apenas observando, e finalmente escolhi minha vitima, pelo o que notei não tinha família, não tinha ninguém, a presa ideal, não levantaria suspeita seu desaparecimento, parecia-me mais andarilho, então minutos antes dele sair, tambem deixei aquele lugar, seria melhor aborda-lo na rua, não associariam minha presença ao desaparecimento daquele ser.

O aguardei do lado de fora, quando saiu deixei que se afastasse daquele lugar, ate que chegou em um beco quase sem iluminaçao, me aproximei, toda dengosa, e ele automaticamente atendeu ao meu chamado, sabia qual era a intençao dele, e comecei meu jogo de morte, convidei-o para irmos para a parte mais escura do beco e ele por certo aceitou, achando que ia usufluir de meus dotes femininos, mas eu que me alimentaria daquele sangue.

Quando tive certeza que ninguém poderia nos ver, não perdi tempo, mordi com gosto, senti seu grito preso na garganta, bebia teu sangue com prazer, meu alimento, minha vida, a quanto tempo não provava sangue humano assim, confesso, me deliciei e senti certo prazer em abandonar aquele corpo ali, inerte, então me afastei o mais rapido possível e retornei para onde tinha saido, saciada pelo sangue de um desconhecido.

Finalmente em casa, protegida novamente pelas sombras da floresta, não queria voltar para a mansão, não agora, precisava daquele silencio, para pensar, decidir o que fazer com relaçao a Marduk, meu conselheiro, ele no final se tornava um risco, de certa forma, se descobrisse quem eu era, e teria de voltar a controlar essa sede novamente, mas admito a tempos não tinha me sentido tao viva como nessa noite, a fera estava de volta.

Esse era meu maior receio de acontecer, agora terei de aprender a me controlar novamente, saberia que longe do meu mundo tudo seria diferente, mas nem tanto.

Agora preciso me concentrar, relaxar, me concentrar, a noite esta quase acabando e daqui a algumas horas meu conselheiro ira voltar, não pode me ver assim, por hoje, pelo aos Deuses, ou melhor imploro para que ele não apareça ao amanhecer, mesmo ele sendo importante demais pra mim, quero apenas protege-lo do que sou, ou talves do que voltei a ser.

Sabia que precisava retornar para a mansao antes do amanhecer, voltar a forma humana, me fazer tao normal quanto qualquer pessoa possa imaginar, assumir meu lugar perante a sociedade, e assim o fiz.

Estava amanhecendo quando retornei, tudo parecia tão calmo, apenas dentro de mim, esse tormento em minha mente, perdida em pensamentos que mal conseguia entender, me permitindo ser eu mesma, meu pesadelo, minha dor, o que fazer? Já não sabia mais. Queria paz, apenas isso, a paz que havia perdido, e talvez jamais encontrasse novamente.

Amanheceu, e parece que os deuses atenderam meu pedido, meu Conselheiro não havia chegado, talves seja melhor assim, que ele tenha desistido.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 16/07/2016
Código do texto: T5699337
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