Seja feita a Vossa vontade!

Essa história poderíamos também intitular de cura, superação e vitória, mas, ficou mais apropriada como: “seja feita a Vossa vontade” porque é o que diz a oração do Pai nosso... Nós não sabemos nada, Deus é quem sabe o que vai ser na vida de cada ser humano.

Egito, o qual carinhosamente era chamado de Gito, nasceu numa família tradicional da cidade de Agricolândia, apelidada de família dos Barradas. Aos onze anos de idade o Gito foi acometido de uma doença chamada de osteomielite, infecção nos ossos causada pela Staphylococcus aureus (a bactéria causadora mais freqüente). Longe ainda da tecnologia sofisticada dos diagnósticos computadorizados de hoje, essa doença é de difícil diagnóstico, até porque a febre é um sintoma inexistente. O coitado foi definhando, caiu o cabelo, as unhas, a pele foi descascando e ele foi ficando só o côro e os ossos. Dona Luiza Camilo, uma velhinha muito bondosa, muitas vezes ia lá na casa do Gito para a reza da cura. Levava o netinho que sem entender muito, tinha só uns sete anos, ficava a admirar tudo aquilo. Como já estava “escrito” que o Gito não iria mesmo viver, começaram a rezar se despedindo do Gito. Havia uma cerimônia em que o padre colocava uma vela na mão daquele moribundo e doente, depois jogava um pouco de azeite na testa, era a extrema unção. O netinho de dona Luiza se divertia, era tudo muito novo e interessante, pra ele. Mas chamava muito a atenção dele a figura do Gito deitado na rede naquela circunstância.

Por muitos dias lá estava João Barradas, o pai, Raimunda Barradas, a mãe e uma quantidade de pessoas esperando o Gito morrer. Mas nada disso acontecia, nada do Gito morrer... E reza, vela na mão do Gito e chôro, mas o Gito não morria. Finalmente, um dia, a noticia correu de que o Gito tinha morrido. A casa dos Barradas se encheu. Mas, para surpresa de todos, não era verdade. O Gito estava, magrinho, nas últimas, mas vivinho de olhos arregalados, sem entender direito o que estava acontecendo. Gito tinha muita vontade de viver e mesmo sem saber estava lutando por isso. Raimunda Barradas dava tudo quanto é remédio que ensinavam para o Gito a fim de ver o filho viver. Era chá disso, chá daquilo, bem, até que ajudou... Mas a osteomielite só é tratada à base de antibióticos fortíssimos. Gito foi reagindo aos poucos e já sentava, alimentava-se bem e em pouco tempo ele estava bem de saúde apesar de não conseguir andar. Apoiava-se com muletas e assim foi vivendo. Fez muitos tratamentos na capital do Estado do Piauí, Teresina. Logo o Gito estava em condições de estudar e foi para a escola. Deixou as muletas, a principio com dificuldade para se manter em pé, mas logo estava bem. Estudou o primário na sua cidade e depois mudou para São Paulo, levado pelos irmãos para continuar o tratamento e ser submetido a cirurgias para colocar os ossos no lugar. Numa delas ficou treze meses engessado. Gito não deixou que os problemas de saúde o impedissem de realizar o seu projeto de vida. Fez o Telecurso segundo grau. Ganhou bolsa de estudos de uns setenta por cento numa faculdade e foi estudar direito, Gito queria ser advogado. Venceu! Formou-se e se tornou um advogado. Mas, Gito queria muito mais. Fez concurso para promotor de justiça em São Paulo. Não obtendo o resultado que desejava foi fazer o concurso em Minas Gerais. Conseguiu! Hoje o Gito, ou melhor, Dr.José do Egito, é promotor de justiça. Promotor de justiça em Sacramento, Minas gerais. O Dr.José do Egito casou-se e tem três filhos. Cura, superação e vitória na vida de um ser humano que ninguém acreditava que sobreviveria e até dado como morto. Só nos prova uma coisa essencial: Nós não conhecemos o futuro. O futuro a Deus pertence. Somente Ele conhece o amanhã e sabe o que será da vida de cada habitante do planeta terra. Planeta que Ele criou com muito amor. Ama e continuará amando eternamente. E colocando esse amor no coração de todo aquele que quiser.