Elevador Voador No Kremlin.

Estava na Russia, conhecendo o Kemlin, depois da derrocada da guerra fria e ao som de canções patrióticas russas. Soldados desfilavam seus uniformes de paz, crianças e idosos caminhavam sob o manto da tranqüilidade do verão daquele país. Parecia Franca, a Franca do Imperador.

Pelo que me recordo, estávamos todos os meus familiares mais próximos, pai, mãe, irmã, irmão e mulher.

O Kremlin desativado me lembrava muito uma faculdade que conheci em algum lugar em São Paulo, uma construção rebaixada, porém com andares infinitos...

O elevador chegou, todos entraram, porém eu não coube junto a todos, tendo de ir sozinho no próximo.

Entrei no próximo e fui. Para minha surpresa, mas aquilo tudo era tão normal, o elevador não tinha piso, isso mesmo, eu ficara de alguma forma suspenso por algum tipo de compressione que me mantinha dentro dele, sem desabar no fosso. Muito estranho, mas que àquela altura parecia normal, como se todos os elevadores que conhecia fossem daquele jeito.

Porém pelo que me lembro íamos ao terceiro andar, e o meu terceiro andar não chegava nunca. O elevador em dado momento ficava menor, o teto se abaixava e o ar ficava rarefeito. Não parava, subia e subia infinitamente. Tentei algum botão de emergência, mas não havia botão algum... Subia... Subia...

Até que para meu susto maior ele, de tanto subir, saiu do edifício e sobrevoou toda a cidade, numa precariedade assustadora. Aí sim eu fiquei assustado! Estava nas alturas dentro de um caixote sabe-se lá de que material, na Rússia, sobrevoando Moscou dentro de um elevador sem piso!

A cidade lá de cima era maravilhosa, espaçosa e com construções exóticas, porém o medo e o estranhamento só me causavam a sensação de querer estar logo em terra firme.

Como que tudo planejado, para a surpresa de alguns turistas, o elevador voador foi retornando ao Kremlin, lentamente, entrando pelo teto, num túnel acolchoado e eu escorreguei até o piso aonde meus familiares se encontravam, rindo de minha aventurara, como que se soubessem de tudo.

Entusiasmado, mal conseguindo me expressar com clareza, expliquei o que aconteceu e meu pai me acalmou dizendo:

“É assim mesmo!”.

Subimos ao terraço do Kremlin e de repente percebemos que estávamos sendo bombardeados por aeronaves e que não havia como escapar. Moscou estava sendo devastada! Disse que morreríamos, mas para “não esquentar muito a cabeça”, uma hora se ia morrer mesmo. Minha mãe começou a chorar. Corremos. Cessaram-se os ataques devido à defensiva russa. Acordei.

Savok Onaitsirk, 21.02.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 01/11/2010
Código do texto: T2590361
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