OPERAÇÃO KAMAYURÁ: PROTEÇÃO DO CONHECIMENTO.

Contam no Amazonas, que a Amazônia tem muitos mistérios.

Na água tem o boto, na terra a onça e entre as duas, existe a anfíbia sucuri.

Longe de serem os únicos protagonistas deste imenso cenário de verde de risca e rara flora e fauna, há um mistérios pássaro, verdadeira águia deste paraíso tropical, que o gavião Carcará e sobre ele vou narrar sobre mais um conto: O CONTO DO CARCARÁ.

Em ao lugar da Amazônia, nasceu entre os Kamayurás um jovem de nome Ojú Maré, que quando mirim pouca atenção dispensava, sobre os assuntos comuns dos quais se ocupavam outros curumins.

Sempre foi dedicado ao trato dos animais, e os ensinava á lidar por entre seus karás, sem que lhes representasse algum perigo.

Já em contato com homens brancos, conheceu sobre suas causas no campo da defesa dos territórios indígenas e embora soubesse que podiam mais lhes ceder, se propôs a aprofundar seus conhecimentos sobres as mesmas e uma delas, foi a luta contra o narcotráfico, vindo de país vizinhos acompanhados por armas, cujo uso, depunha contra interesses do Estado.

Dentre os animais que adestrou á convivência, estava um gavião carcará, que desde pequeno o ajudava a localizar caçadores de jacarés, cuja caça subtraia carne de seu povo.

Sempre dedicado ao seu desenvolvimento, Ojú Maré, aprendeu a ler e a escrever, e lidava com alguma tecnologia trazida por estudiosos de uma universidade do Amazônas que buscavam especializar seus conhecimento sobre a relação de animais índios, a fim de gerarem livros didáticos pelo contação de histórias.

Vendo sua habilidade com animais e em especial com o referido gavião, Ojú Maré, foi procurado por um analista de Inteligência, para explicar sobre como o seu gavião poderia ajudar, no luta com o narcotráfico e atencioso, se pôs a contar.

Tendo sabido, o que desejou o analista, viu no jovem, que naqueles dias devia ter uns uns 15 ( quinze ) anos, e lhe cooptou, oferecendo á ele, e sempre que possível, dados sobre como se comportavam os narcotraficantes e onde.

Com os dados na cabeça, pois nada era escrito, Ojú Maré, se aplicou á treinar uma ave, um novo Carcará, sobre para este fim e logo em seguido o analista sumiu.

Meses se passaram até que, um dia, chegou á ocoara m ´assú ( grande casa), uma jovem analista, especialista em proteção do conhecimento, e conversando sobre o que teria feito o analista anterior, disse eu poderia dá muito mais á Ojú Maré e assim o fez indo á floresta.

Satisfeito, com o que havida ganha dela, Ojú Maré, foi logo mostrar seu rádio transmissor, cujo manejo, a analista, o ensino, quando dera para ele. Era uma linda mulher e de gentil, ainda lhe doou baterias novas, caso a do rádio findasse a carga.

Ela passou muito tempo na aldeia e conversava muito com todos, até que um dia, o rádio tocou e era o antigo analista pedindo que Ojú maré, procura ver, pelos olhos do pássaro, o que estava acontecendo há alguns quilômetros dali. Ojú maré então, preparou a ave para sair, pegou seu arco e flecha, e disse que ira caçar peixe, pois assim é falar indígenas. Eles não pescam, caçam.

Chegando próximo ao local ordenou ao carcará que fosse buscar alimento, e neste momento pode ouvir um tiro,.. apenas um, que o fez, pintar o corpo com lama escura e buscar proteção num abrigo da matas.

Quando com novo sinal chamou o pássaro, este trouxe as patas insaguentadas, e com cheiro de jacaré, mas sem um deles, pequeno que fosse, nas garras consigo. Seguindo as orientação, comunicou no rádio e saiu dali por entre as árvore, parando apenas para comer ingá, tukumã á beira de um pequeno igarapé, enquanto sua ave em sobrevoava segura.

Ao chegar á omi ará ( aldeia ), encontrou um reboliço de pessoas estranhas e alguns couros de jacarés com eles. Todos estavam algemados, inclusive uma mulher de meia idade, até que avistou o antigo analista, fardado e armado, descendo de uma embarcação da Polícia Federal e feliz se dirigiu á ele.

Ojú Maré, sem entender nada, recebeu um convite para estudar e aprender muito sobre outros animais urbanos, mas numa escola, num curso de formação piloto, onde ele seria instrutor e podia vestir a farda, mas só se quisesse.

Ojú Maré, foi á Tuyé o pajé que lhe ouviu e lhe aconselhou á ficar, senão sua ave morreria, mas seria bom para nossos amigos se aprendessem conosco, seria bom. A escolha seria dele.

Ojú Maré acreditou no pajé, mas foi com os homens brancos e em companhia dela, da jovem analista de quem muito gostou. Era uma boa amiga e com quem aprendeu que, quando desejamos alguma coisa boa, devemos saber que poder perder outras.

Bem,.. foi assim que acabaram de me contar este conto. Quem? Quem viu Ojú Maré, morrer, para sua cultura e renascer na nossa como um secreto e misterioso agente das florestas, cuja arma era o saber lidar com pássaros na captura de caçadores. Um conhecimento que devia ser protegido. Assim como seu CPF e número do cartão de crédito. Aprendeu leitor (a )?

Sandive Santana / RJ

Sandive Santana
Enviado por Sandive Santana em 15/08/2016
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T5729150
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