O MORTO FALA

Havia um corpo nu deitado sob o tapete da sala.

No tapete cinza não havia qualquer mancha de sangue.

Pela manhã quem o encontrou foi a empregada.

Ela telefonou na mesma hora para a policia assustada.

Falava as pressas para a atendente policial:

_ A noite toda ninguém entrou na casa.

_ Como você sabe disso? Perguntou a atendente.

- Somente eu tenho as chaves de toda a casa.

Respondeu ao telefone a empregada chorando alto.

Em poucos minutos ouviu-se o tocar de uma sirene.

Policiais entraram correndo casa a dentro.

Cada canto que estava arrumado fora revirado

e era alvo de um pandemônio de investigação.

_ Quem será que colocou o corpo no tapete desta sala?

Perguntou um investigador sem muita experiência.

_ Não existe uma gosta de sangue em todo o chão...

Respondeu um policial vestido a paisana.

_ A pessoa que colocou o morto nesta sala toda bem arrumada

quer fazer parecer um repentino suicido de overdose...

Foi a observação do principal investigador do caso.

Ninguém ali achava uma resposta adequada para ser explicada.

_ Este mistério todo já está solucionado...

O principal investigador afirmou alargando no rosto um sorriso.

_ Como você pode saber disso?

Alguém entre os policiais perguntou.

- A Casa inteira foi encontrada limpa e sem arrombamento

e quem teve a audácia de colocar o morto na sala é na verdade

a pessoa principal que a vitima conhece e confiava.

_ Todos aqui limpem a bagunça que fizeram e tragam preso

o melhor ou a melhor amigo(a) deste pobre coitado.

(Escrevi ontem este conto as 18:35').

(JCLIS)