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A CULPA DO MORDOMO = EC
Raimundo aproveitava a longa viagem de ônibus para correr com os olhos mais uma vez a lista de “Procura-se” no jornal.
Chegara à cidade grande cheio de esperança de encontrar um bom emprego, talvez estudar, melhorar de vida, mas estava vendo que não era tão fácil como ele imaginara. Embora fosse honesto e trabalhador, não tinha uma profissão definida, até então só fizera bicos na sua cidadezinha.
Ao seu lado sentou-se uma moça e abriu o jornal. De relance ele viu que ela também olhava com certa apreensão a lista de empregados procurados.
Quando seus olhares se encontraram ele abordou-a
— Vejo que procura um emprego, como eu.
— Oh, sim, mas está difícil achar alguma coisa interessante para mim.
Começaram a conversar e viram logo que ambos vieram do interior para tentar melhorar de vida na Capital.
De repente depararam com um anuncio meio estranho. Alguém procurava um casal, sendo ele um mordomo e ela uma governanta.
— Que tal? Deve ser um bom emprego, sob medida para nós dois.
— Mas não somos um casal... Será que nos aceitariam?
— Nada mais fácil, dizemos que somos casados.
— E se pedirem documentos?
Dizemos que nos casamos em uma igreja que não dava documento.
Os dois deram uma gargalhada e resolveram tentar sua tresloucada ideia.
Horácio e Margarida acabavam de ganhar um prêmio na loteria e entusiasmados começavam a organizar sua nova vida.
Compraram uma mansão, um carro de luxo e começaram a contratar empregados, motorista, jardineiro, cozinheira, copeira...
Margarida era a mais deslumbrada:
— Precisamos de um mordomo e uma governanta...
— Pra que serve um mordomo e uma governanta?
— Não sei, mas nós, na nossa nova vida vamos precisar.
E mandaram colocar o anúncio no jornal.
Raimundo e Lizete não tiveram dificuldade para serem contratados e começaram sua nova vida de falso casal ocupando cargos que nem sabiam direito o que eram, mas ganhando um bom salario.
Eram simpáticos e em pouco tempo conquistaram toda a confiança dos patrões.
Até que um dia, Lizete pediu uma folga para consultar um medico em outra cidade. Raimundo estranhou, pois ela não havia se queixado de nada e quando ele perguntou o que ela tinha, ela respondeu simplesmente:
— Coisa minha...
Ele sentiu-se indiscreto e não insistiu. Afinal eles não eram um casal de verdade e ela não devia nenhuma satisfação a ele.
No dia seguinte, muito cedo ela saiu levando uma maleta e dizendo que talvez precisasse ficar uns dias por lá.
Na sua inexperiência de novos ricos, Horácio e Margarida não sabiam bem o que fazer com tanto dinheiro.
Não quiseram deixar no banco. Fizeram questão de guarda-lo em casa em um cofre.
A principio tinham muito cuidado com a chave e o segredo, mas aos poucos foram relaxando, não usavam mais a chave e o papelzinho com o segredo que Margarida não conseguia decorar ficava muitas vezes esquecido em cima de aparadores ou dentro de cinzeiros.
E aconteceu o que todos previam. Um belo dia ao abrir o cofre, Horácio viu que todo o dinheiro tinha desaparecido.
E foi justamente no dia que Lizete viajara. Será que foi ela? Ou alguém aproveitando de sua ausência para incriminá-la?
E agora?
Os suspeitos são sempre os empregados e a primeira providência foi chamar a policia para a devida averiguação.
Horácio e Margarida estavam muito nervosos e já começavam a brigar, acusando-se mutuamente de descuidar do segredo do cofre.
Raimundo não sabia o que pensar. Não acreditava que Lizete fosse uma ladra, mas por outro lado não a conhecia tão bem assim, para por a mão no fogo por ela.
Todos os demais empregados tinham sido contratados através de agencias que tinham suas referencias, mas isso não impedia que cedessem a uma tentação vendo tanto dinheiro mal guardado.
Os policiais interrogaram todos os empregados.
Ás primeiras perguntas sobre a ausência de Lizete, Raimundo ficou atrapalhado, não soube dizer para onde ela tinha ido e acabou contando que não eram casados e que ele mal a conhecia.
Para piorar a situação, ao revistarem seu quarto encontraram um papelzinho com o segredo do cofre marcado. Raimundo não soube dizer o que significava aquilo, insistiu em sua inocência, mas não foi convincente e acabou sendo detido até que Lizete voltasse e esclarecesse tudo.
E a Lizete nunca mais apareceu.
![1089768.jpg](http://static.recantodasletras.com.br/usuarios/15718/fotos/mini/1089768.jpg)
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Este texto faz parte do Exercício Criativo
A CULPA DO MORDOMO
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/aculpadomordomo.htm.
A CULPA DO MORDOMO = EC
Raimundo aproveitava a longa viagem de ônibus para correr com os olhos mais uma vez a lista de “Procura-se” no jornal.
Chegara à cidade grande cheio de esperança de encontrar um bom emprego, talvez estudar, melhorar de vida, mas estava vendo que não era tão fácil como ele imaginara. Embora fosse honesto e trabalhador, não tinha uma profissão definida, até então só fizera bicos na sua cidadezinha.
Ao seu lado sentou-se uma moça e abriu o jornal. De relance ele viu que ela também olhava com certa apreensão a lista de empregados procurados.
Quando seus olhares se encontraram ele abordou-a
— Vejo que procura um emprego, como eu.
— Oh, sim, mas está difícil achar alguma coisa interessante para mim.
Começaram a conversar e viram logo que ambos vieram do interior para tentar melhorar de vida na Capital.
De repente depararam com um anuncio meio estranho. Alguém procurava um casal, sendo ele um mordomo e ela uma governanta.
— Que tal? Deve ser um bom emprego, sob medida para nós dois.
— Mas não somos um casal... Será que nos aceitariam?
— Nada mais fácil, dizemos que somos casados.
— E se pedirem documentos?
Dizemos que nos casamos em uma igreja que não dava documento.
Os dois deram uma gargalhada e resolveram tentar sua tresloucada ideia.
Horácio e Margarida acabavam de ganhar um prêmio na loteria e entusiasmados começavam a organizar sua nova vida.
Compraram uma mansão, um carro de luxo e começaram a contratar empregados, motorista, jardineiro, cozinheira, copeira...
Margarida era a mais deslumbrada:
— Precisamos de um mordomo e uma governanta...
— Pra que serve um mordomo e uma governanta?
— Não sei, mas nós, na nossa nova vida vamos precisar.
E mandaram colocar o anúncio no jornal.
Raimundo e Lizete não tiveram dificuldade para serem contratados e começaram sua nova vida de falso casal ocupando cargos que nem sabiam direito o que eram, mas ganhando um bom salario.
Eram simpáticos e em pouco tempo conquistaram toda a confiança dos patrões.
Até que um dia, Lizete pediu uma folga para consultar um medico em outra cidade. Raimundo estranhou, pois ela não havia se queixado de nada e quando ele perguntou o que ela tinha, ela respondeu simplesmente:
— Coisa minha...
Ele sentiu-se indiscreto e não insistiu. Afinal eles não eram um casal de verdade e ela não devia nenhuma satisfação a ele.
No dia seguinte, muito cedo ela saiu levando uma maleta e dizendo que talvez precisasse ficar uns dias por lá.
Na sua inexperiência de novos ricos, Horácio e Margarida não sabiam bem o que fazer com tanto dinheiro.
Não quiseram deixar no banco. Fizeram questão de guarda-lo em casa em um cofre.
A principio tinham muito cuidado com a chave e o segredo, mas aos poucos foram relaxando, não usavam mais a chave e o papelzinho com o segredo que Margarida não conseguia decorar ficava muitas vezes esquecido em cima de aparadores ou dentro de cinzeiros.
E aconteceu o que todos previam. Um belo dia ao abrir o cofre, Horácio viu que todo o dinheiro tinha desaparecido.
E foi justamente no dia que Lizete viajara. Será que foi ela? Ou alguém aproveitando de sua ausência para incriminá-la?
E agora?
Os suspeitos são sempre os empregados e a primeira providência foi chamar a policia para a devida averiguação.
Horácio e Margarida estavam muito nervosos e já começavam a brigar, acusando-se mutuamente de descuidar do segredo do cofre.
Raimundo não sabia o que pensar. Não acreditava que Lizete fosse uma ladra, mas por outro lado não a conhecia tão bem assim, para por a mão no fogo por ela.
Todos os demais empregados tinham sido contratados através de agencias que tinham suas referencias, mas isso não impedia que cedessem a uma tentação vendo tanto dinheiro mal guardado.
Os policiais interrogaram todos os empregados.
Ás primeiras perguntas sobre a ausência de Lizete, Raimundo ficou atrapalhado, não soube dizer para onde ela tinha ido e acabou contando que não eram casados e que ele mal a conhecia.
Para piorar a situação, ao revistarem seu quarto encontraram um papelzinho com o segredo do cofre marcado. Raimundo não soube dizer o que significava aquilo, insistiu em sua inocência, mas não foi convincente e acabou sendo detido até que Lizete voltasse e esclarecesse tudo.
E a Lizete nunca mais apareceu.
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Este texto faz parte do Exercício Criativo
A CULPA DO MORDOMO
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