O FOLGADO

O FOLGADO

Estava eu andando numa calçada estreita, de uma rua estreita, da estreita cidadezinha em que moro.

Já de longe o avistei, lá, parado bem no meio da calçada, empatando a passagem dos transeuntes.

Fui me aproximando e nada do folgado dar mostras de desimpedir o caminho.

Cheguei bem perto, parei e olhei-o fixamente durante alguns segundos. Nada.

Vendo que o garboso realmente não estava a fim de facilitar-me a vida, desisti.

Passei, esgueirando-me entre ele e o muro da casa, mas não sem destilar o meu veneninho: “Tua mãe não te deu educação? Pois passe muito bem, sr. poste!

Primavera Azul
Enviado por Primavera Azul em 04/06/2014
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