A máscara do silêncio

A noite é encoberta. Há ódio dentro dos meus olhos castanhos. Em minhas palavras, é como demónios novos surgissem no escuro da madrugada, que tento destruir.

Por aqui, não há pássaros que cantam. Há o mar violento se debatendo na areia, como um gigante perdido. Sublime, o pesadelo da morte é a vida. Reencarno em mim mesmo , um espírito que morre a cada inimigo que conquisto.

As ruas vazias, circulam pela noite, como almas silenciosas; vejo no escuro, legiões diferentes, roqueiros cultos que dançam e se agitam pelos bares; bebidas fortes são servidas. a própria noite se derrama

em traços dum vinho tinto e encorpado. Em nossos olhos o mesmo fogo que estala as pedras.

Neblinas de fumaça surgem sob as luzes, e envolve-nos como a margem das areias que prendem os mares dentro de seus oceânos. Vejo amigos que a tempos se foram brindar como num dia de festa. A solidão desenha em mim, um inferno a cada dor. E essa noite que não acaba! E essas palavras que eu arranco nuas e sem forma certa de dentro da minha alma triste. Vermes,vestidos de puta.

A certeza de que é o veneno que adoça o escuro; olhos que não sabem dizer nada. E a máscara da imaginação e da hipocrisia, que de longe, apenas sorri.

(Edmilson Cunha)

13/10/2008

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 13/10/2008
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T1226688
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.