DE LESTE... OVÔS (‘terror’ baseado no famoso videogame)

Naquelas fazendas, galinha era coisa desprezada

E animais prestigiados eram os bois.

Em terras do Leste, o que valia mesmo era a boiada

E porcos nas pocilgas vinham primeiro, galinheiros só depois.

Tudo ia bem, todos esperavam a chuva de picanha

Que o contador de lorotas havia prometido.

Mas depois da eleição, que coisa estranha,

O assunto na boca dele havia sumido.

Foi então que o terror chegou para as galinhas,

Que foram obrigadas a produzir chocando em dobro.

Lá se foram as coitadas espalhando ovos, qual fossem ervas daninhas,

Esgotando a própria capacidade, pois a promessa virou logro.

Por terem acreditado num mentiroso descarado,

Fazendeiros do Leste tiveram que mudar de orientação.

A população logo entendeu o novo recado

De que: não valia picanha voando, se o ovo estava na mão.

Foi galinha chocando tanto, na produção, até voar o tampo e cair.

Só se ouvia cocoricó de todo lado e o tempo todo.

Com o sofrimento, as aves esgotadas começaram a se exaurir,

Tendo produção a contar em bandeja de ovo, que era para o povo.

Cenas chocantes passaram a ser vistas aqui e ali,

De galinhas com aspecto encolhido e doentio.

Surgiu então uma nova espécie: a da galinha-zumbi,

Que tinham a missão de matar a fome do Brasil.

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Da coleção zezediozoniana: “Contos de terror para quem está com a barriga cheia”