o Último - capítulo VI

IV

1960, São Marinho

Seis Jovens se divertindo estavam passeando pela cidade próximo a cachoeira...

- Vejam! Ali é a casa daquela família que nossos pais dizem que é amaldiçoada

- Você acredita nisso Motta? – Perguntava Rosa

- Sei lá, mas poderíamos dar uma olhada não?

- Não acho uma boa ideia, essa cidade assassinou o dono dessa casa, vamos voltar ao parque – dizia Miguel

- Que voltar o que, nós temos a chance de conhecer a tal casa amaldiçoada – Jorge deu um gole na cerveja

Deixaram o carro e foram em direção a casa, as arvores todas sem folhas, um balanço de pneu quebrado, o vento soprava forte como um mal presságio

Rosa estava com muito medo e Sebastiana ao seu lado, disse: - Não se preocupe tudo acabará bem, só vamos lá e olhar, aproveita que o Jorge quer impressionar você.

- Eu preferiria que ele voltasse, afinal, eu estou gravida ...

- Rosa, que tudo!

- Fale baixo, ele não sabe ainda

- Nesse caso vou contar um segredo, eu também estou gravida do Miguel.

- Ta tudo bem com as moças ai? – Perguntou Dimas

- Está sim – as garotas sorriram.

Chegaram a porta da mansão....

- É aqui, vamos embora? – Miguel quem dizia

- Vocês não estão nenhum pouco curiosos para ver o que tem lá dentro? – Jorge queria muito entrar

- Eu estou, vamos! – Disse Motta

- Meninos, tem um cadeado ai, vamos voltar, por favor, isso já perdeu a graça – Disse Sebastiana

- Relaxa! – Jorge tirou um alicate e arrombou o cadeado – Pronto! Agora está aberto.

Ao abrirem a porta um eco imenso veio de dentro da casa, os garotos entraram...

- Vejam quanta coisa tem aqui dentro – Dizia Dimas – Daria pra vender por muitos cruzeiros

- Não toque em nada gente, pelo amor de Deus! – Rosa estava em estado de pânico

A casa possuía dois andares, no primeiro havia uma sala coberta de teias, e objetos empoeirados ao final da sala havia uma lareira com uma urna em cima, seguindo adiante ainda no primeiro andar havia uma cozinha, tudo estava quebrado e algumas marcas de sangue eram vistas pelos jovens

- Tudo bem gente, para mim já chega, eu estou indo embora – Disse Miguel – Já avançando para a sala

- Para de ser frouxo, é só uma casa abandonada, Miguel, acha que vai sair coisas daqui? – Dimas tinha um som irônico na voz.

Um ganido veio do andar de cima da casa...

- Pra mim também chega – Disse Motta, não tem graça isso e as meninas estão em pânico

- As meninas é? – Jorge, debochava – Fiquem ai na sala, eu subo lá.

Enquanto todos ficaram na sala, Jorge subia para o segundo andar, o local estava mais precário ainda, um andar cheio de buracos na parede, as portas dos quartos totalmente destruídas, haviam 3 quartos. Jorge se proximou do primeiro e havia apenas uma boneca jogada ao chão, Jorge continuava a caminhar devagar e chegou ao segundo quarto, lá havia uma cama e alguns moveis quebrados. Ao entrar tropeçou e bateu o dedinho do pé na cômoda: - Ai caralho!

- O que houve ai?

- Nada, bati o dedinho em uma cômoda, chegou próximo a cama e viu um livro negro, nele estava escrito “Enoque” Jorge abriu o livro e começou a tentar ler, mas estava em outro idioma. Um barulho na porta do quarto e Jorge olha desesperado, era o Dimas : - Bati a porra do dedinho na cômoda.

Lá embaixo, Rosa desesperada disse: - Eu vou embora! – Virou as costas sem ver que estava a frente da lareira, deu uma topada forte e sua cabeça atingiu a urna que caiu e com toda força e se despedaçou ao chão.

- Olha ai Rosa, que merda que tu fez...

- Eu não vi, eu... – Interrompida

- O que fazem aqui? – a voz era meio gaga e de um adolescente – Vocês não deveriam estar aqui

- E por quê? – Perguntou Motta

- Porque essa casa é minha, eu vou chamar a polícia!

- Espere! – Sebastiana quem falava – Nos desculpe, achávamos que essa casa estava abandonada, já vamos embora – Barulhos no andar de cima

- Então tem mais gente aqui?

- É, mas já vamos chamá-los, Jorge! Dimas! Vamos embora! O dono da casa está aqui

- O que? – gritou Dimas – Espera ae! Estamos descendo.

- Tarde demais – disse o menino dono da casa.

- Como assim? – perguntou Motta – Por acaso você é parente daquele homem que invocava satanás aqui?

- Isso não é da conta de vocês, vão embora! – Jorge e Dimas desciam as escadas

- Pessoal, olha quem está aqui!

- Quem é? – Jorge perguntou

- Esse aí é parente do amaldiçoado

- Parem! – gritou Rosa

- Então que tal darmos o mesmo fim a ele? – Jorge mudara sua afeição

- Gente, vamos embora! – Miguel não concordava

- Peguem ele!

- O que vocês estão fazendo? – dizia o jovem da casa com sua túnica preta e gaguejando

- Você deve ter o mesmo destino dos outros desta casa – disse Motta