EU TE FALEI QUE ISSO IA ACONTECER
Eu te falei que isso ia acontecer. — disse ela mais uma vez para mim. Isso tem me irritado muito. Há dez anos que ouço essa maldita frase sempre que cometo qualquer erro. Será que ela pensa que sou infalível, que não sou humano. Que tenho sempre que acertar?
Dessa vez apenas cortei o dedo picando tomate para a salada. Eu gosto de ajudá-la a fazer almoço. E hoje é sábado. Nem eu e nem ela trabalhamos. Ela estava de costas, fritando frango. Mas a mulher parece ter um retrovisor. Ela sabia o que tinha acontecido. Meu pensamento deu uma breve viajada e o corte afiado da faca fez uma pequena incisão no meu indicador.
Uma raiva descomunal subiu em minha cabeça. Virei-me e cravei com força a faca bem no rumo do seu coração. Ela esguichou seu sangue vermelho sobre a panela com óleo quente. Caiu de costas o que fez com que a ponta da faca despontasse entre seus seios. Antes de falecer, ela ainda ouviu de mim:
— Eu te falei que isso ia acontecer.
A raiva permaneceu na minha cabeça por mais algum tempo. Depois agi com calma. Peguei o corpo da minha companheira, separei os membros e a cabeça do tronco. Coloquei tudo em sacos plásticos e ajeitei dentro da mala que ela usava quando viajávamos de férias. Levei e joguei dentro do rio sem que alguém visse.
Na segunda-feira liguei para o trabalho dela e disse que ela tinha se separado de mim e ido para o interior.
Sete dias depois da minha fúria eu dormia. Não sentia arrependimento. Só não sei por quanto tempo ninguém mais nesse mundo, como família, não daria falta dela. Uma mão gélida passou pelo meu rosto. Acordei assustado, liguei a luz do abajur. Não pode ser. Ela estava ao meu lado me acariciando com suas mãos. A ponta da faca reluzia entre os seios. Disse-me com seus lábios carnudos:
— Eu te falei que isso ia acontecer. Eu jamais vou te deixar.
Dessa vez apenas cortei o dedo picando tomate para a salada. Eu gosto de ajudá-la a fazer almoço. E hoje é sábado. Nem eu e nem ela trabalhamos. Ela estava de costas, fritando frango. Mas a mulher parece ter um retrovisor. Ela sabia o que tinha acontecido. Meu pensamento deu uma breve viajada e o corte afiado da faca fez uma pequena incisão no meu indicador.
Uma raiva descomunal subiu em minha cabeça. Virei-me e cravei com força a faca bem no rumo do seu coração. Ela esguichou seu sangue vermelho sobre a panela com óleo quente. Caiu de costas o que fez com que a ponta da faca despontasse entre seus seios. Antes de falecer, ela ainda ouviu de mim:
— Eu te falei que isso ia acontecer.
A raiva permaneceu na minha cabeça por mais algum tempo. Depois agi com calma. Peguei o corpo da minha companheira, separei os membros e a cabeça do tronco. Coloquei tudo em sacos plásticos e ajeitei dentro da mala que ela usava quando viajávamos de férias. Levei e joguei dentro do rio sem que alguém visse.
Na segunda-feira liguei para o trabalho dela e disse que ela tinha se separado de mim e ido para o interior.
Sete dias depois da minha fúria eu dormia. Não sentia arrependimento. Só não sei por quanto tempo ninguém mais nesse mundo, como família, não daria falta dela. Uma mão gélida passou pelo meu rosto. Acordei assustado, liguei a luz do abajur. Não pode ser. Ela estava ao meu lado me acariciando com suas mãos. A ponta da faca reluzia entre os seios. Disse-me com seus lábios carnudos:
— Eu te falei que isso ia acontecer. Eu jamais vou te deixar.