O Verdadeiro Sol, num Verdadeiro Céu...

Eu já fui mais longe do que muitas pessoas por um determinado caminho. Já conversei com Mestres em um outro mundo. Já vi – embora de longe – Seres Celestiais, grandes formas flamejantes, cuja beleza enche a alma com um anseio angustiante. E, no entanto, não fôsse pelos meus registros, as abençoadas palavras escritas – que asseguram a permanência, mesmo que elas disfarcem e destorçam e

falem inverdades – não fosse por elas, existem momentos quando eu deveria duvidar de tudo; sim, mesmo da realidade dos meus mestres. É tão duro matar o cético em mim, e nem eu quero isso completamente; pois o ceticismo é muito útil como uma ajuda para

preservar o equilíbrio mental. Enquanto eu puder me comportar como uma pessoa normal e confortavelmente tola, não importa... embora eu seja realmente maluco, como o notório Chapeleiro de um conhecido conto infantil...

Os caminhos dos Seres Celestiais não são os caminhos dos mortais. Quase vinte anos se passaram desde que me encontrei pela primeira vez nesse caminho. Vinte anos! E eu era uma criança... Parece um longo tempo para mim que espero; porém pode ser apenas o equivalente a poucos segundos na existência estranha, incompreensível, “atemporal”, daqueles que se encontram no mais profundo do meu ser. No entanto, embora eles não estejam aqui agora, eu tenho a sensação da proximidade. É como se morássemos na mesma casa juntos, mas em quartos separados. Nenhum som pode penetrar naquelas paredes, nem existem janelas, mas mesmo assim eu sei que eles estão lá. Sou livre para entrar, se eu conseguir resolver o enigma da fechadura complicada da sua porta, mas para fazer isso eu preciso compreender sobre o Tempo e a Quinta Dimensão. Posso

somente esperar e ter esperanças... Um dia a porta talvez se abra e eles apareçam do seu longo isolamento para o mundo, e tornem seus desejos conhecidos. E então, todos ouvirão as suas vozes e verão a calma de seus rostos sábios.

E sobre a Última Viagem? Não há nada a temer. Esteja certo disso! O terror não está em nós, mas somente no corpo – o pobre, frágil, parte animal, tão cansado, porém temendo sua iminente dissolução. Nós nos levantaremos daquele último sono assim como de algum sonho meio lembrado de aflição e sentiremos aquelas formas assombradas escorregarem para dentro da noite que agora é passado. Sim, jovens e

fortes novamente, ficaremos em pé eretos na aurora encantadora da nova vida, e estenderemos nossos braços-espíritos para saudar a glória do sol nascente. Ah!... E que Sol!

London
Enviado por London em 25/05/2016
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