MALDITOS SUSSURROS

MALDITOS SUSSURROS

EPISÓDIO 1

1905

AS ALMAS QUE FORAM ABANDONADAS NO PASSADO, HOJE SUSSURRAM POR TODOS OS LADOS

“1905; documenta cuidadosamente os fatos que se sucederam após ser fundada SteinHouse um santuário para pessoas que perderam parentes, contudo foi nomeada mais tarde como casa dos mortos. Desde de seu fechamento no mesmo ano que fora aberto, aquele lugar enterrou mais gente que o cemitério da cidade. Muitos que entravam naquela casa, saiam em caixões, ficavam loucos, ou desapareciam.”

4 DE JANEIRO DE 1902

Bilionária é estripada por individuo desconhecido, caso nunca solucionado. Marido herda sua riqueza. Logo após, constrói em sua homenagem um santuário para famílias que sofrem com perdas de seus entes queridos. SteinHouse é fundada em 13 de Agosto de 1905;

Lista de Mortos em SteinHouse Registradas em 1905;

- Duas mulheres mortas por assaltante, quando saiam de SteinHouse

- Homem se suicida, enforcado no grande salão.

- Criança cai da escada e quebra o pescoço.

- Jovem é encontrado queimado no porão de SteinHouse.

- Entregador morre esmagado, após uma caixa de vinte toneladas cair sobre o mesmo.

- Velho tem um infarto e morre.

- Bebe misterioso é encontrado morto, na porta de SteinHouse.

- 16 pessoas mortas na mesma noite, por uma Serial Killer.

- 3 crianças morrem afogadas misteriosamente em SteinHouse, contudo nunca encontraram onde os mesmos se afogaram.

17 DE AGOSTO DE 1905

A ILUSÃO

Kalan era uma africana empregada em SteinHouse, contratada primeiramente como baba da bilionária morta, foi recontratada pelo marido para ajudar nos deveres do santuário. Uma mulher corajosa e forte, não se importava em ouvir desaforos de vez em quando, pois tinha um ego implacável. Todos da família não eram muito familiarizados com ela, entretanto o marido de Elizabeth, Erick Carter herdeiro da fortuna de sua esposa, tinha um apresso bem peculiar por ela.

Em 17 de Agosto de 1905, Kalan estava em seu quarto chorando, como fazia toda quinta-feira do mês, por seus pais, mortos quando ela era criança por um grupo de brancos racistas. Contudo, naquela mesma noite, algo estranho aconteceu...

O santuário estava fechado, os outros empregados dormiam, e então alguém bateu na porta principal. Kalan, desceu correndo, perguntou diversas vezes quem era, mas ninguém respondeu e conforme ia perguntando o barulho se tornava mais forte e incessante, como se quisessem arrombar a porta, Kalan ficou assustada e ao mesmo tempo confusa, como ninguém mais haveria acordado com aquele barulho. Então, a mulher saiu correndo, cruzou o grande salão e se trancou na cozinha.

Duas horas depois, Kalan abriu a porta... no princípio encontrou gotas de sangue no chão, um rastro seguia pelo corredor principal e levava até o porão. Sem dúvida, não deveria fazer aquilo, mas ela era muito corajosa. Já imaginando o pior, segurou o estomago e tomou folego... estava nos últimos passos...Sangue...?

Kalan finalmente chegou no porão, e o que ela encontrou... completamente nada, o rastro de sangue terminou antes de chegar. Muito confusa ela retornou, tentou seguir o rastro novamente para outra direção, entretanto quando virou as costas o rastro havia desaparecido. Procurou por toda a casa, mas não encontrou nada.

De manhã, quando era hora de acordar e iniciar as tarefas antes das pessoas chegarem, Kalan levantou de sua cama, e tornou a fazer seus deveres, porém ninguém apareceu... A mesma desesperada, tentou encontrar seus colegas, procurou e procurou diversas vezes em todos os lugares, mas não os encontrou.

Kalan Mallkiar foi acusada de assassinato múltiplo, pois os pertences valiosos de todos os desaparecidos foram encontrados em seu quarto, cobertos de sangue. A africana, sabia de seu destino, portanto naquela mesma semana, ela se suicidou, enforcando-se numa arvore ao lado do santuário.

25 DE AGOSTO DE 1905

A PROSTITUTA

- Erick, você precisa entender, essas plantas estão erradas, não posso construir algo que vai matar pessoas.

- E daí! Estou pagando o dobro, quase o triplo para terminar este projeto, agora está me abandonando.

- Não, eu não disse que iria parar, mas deixe-me resolver este problema, posso consertar estes erros.

- Chris, eu já disse não... Você vai continuar, ou vou precisar contratar outra pessoa.

- Não precisa, eu termino, mas saiba que não serei culpado pelos seus erros, se alguém morrer, vou depor contra você.

- Faça isso e é um homem morto.

- Agora está me ameaçando? Erick!

- Só estou falando! Me, ajude e ganhara muito.

Erick discutia com o arquiteto no salão principal, enquanto Janaína uma prostituta ouvia tudo por trás da porta. Erick tinha um caso com Janaína, após sua mulher morrer, afogou suas lagrimas no corpo de uma mulher da vida, que parecia muito com sua esposa falecida.

Janaína nunca foi esperta, nem corajosa, nem inteligente, sua única qualidade vinha do corpo, suas belas curvas e quadris.

Ao termino da conversa, Erick tornou-se outra pessoa, ficou agressivo e louco, pegou um castiçal que havia na mesinha ao seu lado e começou a disferir diversos ataques contra o Arquiteto, que morreu logo após a arma perfurar seu pescoço. Erick sabia que Janaína estava na porta e a chamou;

- Janaína, venha aqui!!! Sei que está atrás da porta!

Mesmo morrendo de medo, ela obedeceu a ordem dele.

Naquele dia, ela ajudou Erick a esquartejar o corpo do Arquiteto e dar os restos aos cães.

Os familiares de Chris procuraram a polícia, que por sua vez tentou solucionar o caso, mas naquele tempo, a justiça podia ser comprada. Um policial chamada Jonathan Blake encontrou nas fezes dos cães, o Anel de casamento de Chris, e logo desconfiou da provável verdade. Erick comprou o homem como se compra mercadorias no mercado, uma boa quantia e ninguém sabe mais de nada.

Contudo, Janaína sentiu-se culpada...

- Como posso ter feito isso Erick?

- Com suas mãos!

- Não consigo mais, isto está me matando! Não consigo mais andar sem ver o rosto do Arquiteto na rua.

- É só esquecer, esqueça e poderemos nos dar muito bem!

- Você não entende, não é mesmo! Preciso me entregar, não posso mais sustentar essa mentira.

- Escute Querida! Não faça isso, podemos continuar o que temos aqui, posso até faze-la minha de uma vez por todas, e viveremos felizes pelo resto da vida.

Janaína declarou sua sentença de morte naquela conversa... Entretanto, não foi Erick que a matou... A mulher de apenas vinte dois anos, foi achada degolada, a dois quarteirões de SteinHouse...

28 DE AGOSTO DE 1905

NÃO ME FAÇA OUVIR

- Padre, o senhor precisa me ouvir...

- Não posso senhora, deus me espera, junto a igreja... Infelizmente estou atrasado.

- Não... Por favor... me ouça...

- Senhora! Estou atrasado.

- Padre, aquele lugar é maldito... Os sussurros... eles nunca descansam.

- O Que minha senhora!

- SteinHouse... Por favor me ajude. Este lugar me tirou tudo... Minha família, meus filhos, esposo, irmã, mãe... estou sozinho.

Padre Cesar deixou aquela mulher chorando nas escadas da porta da igreja. Pois, já sabia o que iria acontecer a ele, se tentasse intervir naquele lugar.

Um dia depois aquela mulher desapareceu da face da terra, Padre Cesar tentou procura-la, mas nunca mais a encontrou.

Uma semana depois do ocorrido, Padre Cesar foi a SteinHouse, culpando-se pelo desaparecimento da pobre moça. Foi naquele mesmo dia... que algo ocorreu... Cesar viu Erick conversando com alguém, não conseguiu ver a face, mas parecia uma mulher pela voz. A conversa era intensa, falavam sobre corpos e almas a serem coletadas e também muitas mortes, datas e acontecimentos. O padre foi descuidado, sem querer mexeu num vaso de flores que caiu no chão revelando-o.

- Padre, o senhor por aqui! - O que estava fazendo.

Tremendo de medo e agoniado, o mesmo disse;

- Vim ver como está o santuário.

Uma voz dentro da casa sussurrou no ouvido de Erick...

- Ele é um deles...

Erick arregalou os olhos e disse;

- Entre Padre, sei que temos milhares de coisas para conversas.

- Não, me lembrei que tenho outro compromisso com deus.

Erick segurou no ombro de Cesar e o forçou a entrar.

Ao entrar na casa, o Padre sentiu uma força maligna destruidora, tão forte que apertou seu peito.

Naquele dia, Padre Cesar começou a ouvir vozes, sussurros na realidade. Enquanto conversavam no grande salão, Cesar permaneceu inquieto, ouvindo pessoas gritando, pedindo socorro, crianças chorando, até mesmo sons estranhos. Contudo, o que mais o deixou nervoso, foi a voz daquela mulher... Que conhecerá na igreja pedindo ajuda.

Padre Cesar nunca mais retornou naquele lugar, os anos tornaram-se difíceis, pois as vozes nunca mais saíram de sua cabeça, principalmente a daquela mulher... Cesar furou os ouvidos só para acabar com sua agonia, mas infelizmente não obteve sucesso.

1 DE SETEMBRO DE 1905

O PROCURADO DO DIABO

Isaías Oliver, preso em fevereiro de 1901, por três assassinatos e diversos assaltos a mão armada. Matou o juiz que o condenou e quase foi levado a cadeira elétrica, se não fosse sua fuga em 1905, quando recebeu ajuda de um homem misterioso.

O criminoso fugitivo foi colocado como procurado, os policiais estavam dispostos a dar uma boa quantia em dinheiro para quem o captura-se. Oliver, não queria voltar, pois sabia que seu destino era a morte, portanto decidiu seguir seu libertador.

- Quem é você?

- ...

- Quem é você?

- Por favor, fique em silêncio... estamos quase chegando!

- Chegando aonde?

- Apenas me siga!

- Não, comece a falar! Se não eu saio correndo.

- Não faria isso se fosse você!

- Porque. Quer ver só...

Isaías saiu correndo na direção oposta...

Contudo ao olhar novamente para trás, o homem estranho havia desaparecido.

Ele olhou para todas as direções, retornou ao mesmo lugar que estava, contudo não o encontrou.

...

Um grito!!!

Oliver virou-se e subindo a rua, havia uma enorme casa, com uma placa no portão; Santuário SteinHouse.

Quase todas as luzes estavam apagadas, mas Oliver viu pela janela alguém fugindo de alguma coisa. Tentou entrar na casa pulando o muro, mas acabou deslocando o braço quando caiu em cima de uma pedra de granizo. Caminhou até a porta de SteinHouse, e viu...

- Mais que merda é essa?

Havia sangue escorrendo por debaixo da porta, muito sangue mesmo...

Curioso, mas com dor, ele entrou na casa e em silencio seguiu os rastros de sangue.

Novamente!!! Um grito!!!

Oliver seguiu os rastros e os gritos até um quarto no segundo andar... Viu uma porta aberta, com uma luz piscando e corajosamente aproximou-se e olhou por trás da porta.

Ele viu... Era o mesmo homem, que torturava uma mulher pendurada no teto...

Isaías vomitou em ver que a mulher estava sem olhos, com as orelhas cortadas, nua... e cheia de cortes em todo corpo.

Foi quando alguém diferiu uma pancada em sua cabeça e o mesmo desmaiou.

Isaías Oliver acordou quatro horas depois, num tipo de quarto totalmente fechado e escuro, sentia algo se mexendo em sua pele mas não conseguia ver. Então alguém abriu a porta e um pouco de luz iluminou o local...

Eram larvas, daqueles que surgem quando o cadáver está se decompondo, elas estavam em todo o corpo de Oliver, algumas furavam e conseguiam entrar dentro da pele dele, outras entravam pela boca e pelo ouvido, e quando ele abriu os olhos, algumas larvas que estavam na sua cabeça, caíram em seus olhos e perfuraram seu globo ocular... Isaías morreu gritando, mas não antes dos vermes comerem boa parte de seu corpo...

Alguém acompanhou a cena e ficou lá observando da porta, até o homem morrer, depois deu uma risada, fechou a porta e saiu andando...

Semanas depois um corpo completamente queimado e parcialmente decomposto foi deixado na porta da delegacia, a delegada o encontrou de manhã, quando chegava para trabalhar... No cadáver havia um bilhete que dizia;

- Aqui está o procurado do diabo!

20 DE SETEMBRO DE 1905

PESADELO MENTAL

12:25

- Por favor, podemos ficar juntos pelo resto da vida!

- Não posso Debora, não consigo esquecer o passado.

- Então pare de viver no passado, venha para o futuro. Venha Erick, para os braços de sua amada.

- Eu já disse que não posso!

Erick empurrou aquela dama pela escada, seu delicado corpo rolou os degraus e acabou quebrando o pescoço.

- Não, o que eu fiz, o que eu fiz...

O homem desesperado desceu as escadas correndo, mas já era tarde, ela já estava morta...

- Eu disse Erick, ninguém te ama... mais do que eu... – Uma voz ressoou em seu ouvido.

- Eu sei Eliza...

- Então, pegue o cadáver dela, esquarteje e enterre.

- Claro, meu amor.

14:30

- Essa está sendo difícil, os ossos são muito fortes! – Reclamou Erick.

- Usa a serra, vai ser melhor!

...

- Está vendo, assim é mais fácil de cortar!!!

15:02

Erick encontrava-se coberto de sangue, desde a cabeça até os pés, ele necessitava de um banho, depois do trabalho...

Subindo as escadas, ele ouviu um barulho, como se alguém corresse, olhou pela janela e viu um vulto bem rápido entrando dentro de casa.

- Quem está ai?

- Quem está ai? – Retornou uma voz fina e cintilante.

- Quem é você?

Erick sentiu um cheiro de queimado muito forte... ele procurou de onde vinha, pela casa inteira, mas não encontrou.

De repente começou a ouvir sons de sirene, conversas e até mesmo orações, MAS não sabia de onde vinham...

Não podia olhar para os espelhos, que via rostos...

Seus braços tremiam... então...

- Está chegando Erick! O seu dia está chegando! Vai se unir a nós.

Em pânico, ele acabou desmaiando.

Acordou três dias depois sem nenhuma mancha de sangue e com alguém batendo na porta.

...

23 DE SETEMBRO DE 1905

SILÊNCIO

- Você queimará por isso! Seu sangue salgará a terra onde pisa.

- Acalme-se senhor!

- Quantos precisam morrer até você fechar esse “cemitério”! Quando ando por esses corredores só o que vejo são cadáveres.

- Meu senhor, tenha calma... Não precisa se estressar, sei que podemos resolver isso.

- Você não está me ouvindo, muita gente vai morrer aqui... Como sua esposa.

- Não fale de Elisabeth, desse jeito... Ela foi assassinada, tenha respeito aos mortos.

- Não Erick, você que deve ter respeito pelos vivos! Não está vendo, Sua ações vão matar muita gente.

- O Senhor está louco. Acha que foi por minha causa que todas estas pessoas morreram, isso é pura loucura.

O homem insano, puxou de sua manga uma faca, com símbolos estranhos e uma lamina envergada. Erick lutou contra o mesmo, e numa disputa pela arma, o louco acabou sendo ferido fatalmente na face. Erick escondeu o corpo no porão durante uma semana, quando o cheiro já era insuportável, ele cavou uma cova no terreno atrás da propriedade e o enterrou.

Ninguém mais frequentava SteinHouse, os vizinhos já haviam se mudado, o bairro tornara-se tão tenebroso que ninguém mais se arriscava a andar a noite.

Em um ano o Santuário foi fechado, e em seu lugar...

...???

PRÓXIMA PARTE; EPISODIO II 1906

Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 01/11/2015
Reeditado em 01/05/2017
Código do texto: T5434275
Classificação de conteúdo: seguro
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