NÃO APAGUE A LUZ
NÃO APAGUE A LUZ
Era tarde naquela mesma noite, Samuel preparava-se para dormir, ainda assim hesitava pensando ser a última coisa que faria na vida. Uma sombra aproximou-se... o garoto ouviu as unhas arranhando levemente o vidro da janela.
Inesperadamente passos rápidos subindo a escada...
Respiração forte... Uma risada... A maçaneta começa a se mover... bem lentamente...
Samuel abaixou o cobertor e viu três dedos enormes, velhos e pontudos aparecerem pelas beiradas da porta, eram vermelhos com pingos amarelos.
Um tipo de hálito podre ressoou por todo o quarto...
O menino ouviu um movimento no chão, e o pior era que o coitado sabia o que era...
Ossos começaram a sair de debaixo de sua cama, como se alguém mastigasse alguma carne e cuspisse o restante.
Ele sempre soube, desde que era criança, mas ninguém acreditou nele, todas as vezes que ele tentava explicar seus pais o ignoravam, Samuel acreditava que dentro de seu armário havia um monstro, mas não qualquer criatura, de acordo com os desenhos que ele sempre pintava, o monstro tinha uma cara toda vermelha, um vermelho tão vivo como o sangue e que podia refletir toda sua culpa, seus olhos negros e tortos eram como chamas negras, e por mais nítido que fosse seu rosto, não era possível ver seu corpo, mas Samuel acreditava ser muito grande.
A sombra negra abriu a janela...
AQUILO abriu a porta, é meio estranho descreve-lo, mas era parecido com um palhaço sanguinário, com uma roupa feita de pele humana, sapatos machados de sangue e um sorriso com dentes que mais pareciam navalhas.
A coisa em baixo da cama não se mostrou, permaneceu oculta preparando-se para repartir o prêmio quando fosse a hora.
Samuel gritou, mas sua voz na mesma hora ficou rouca... A sombra entrou no quarto e subiu para o teto...
A cara diabólica saiu de dentro do armário, olhou para o menino assustado e...
...;
– Ah chega! Essa história está um saco! Se minha mãe comprasse algo melhor para ler.
– Enfim, acho melhor ir dormir!
Ele jogou o livro no chão, pegou o cobertor e... Apagou a Luz.
Uma luz vermelha surgiu do livro... e disse:
– É hora do Almoço!