A NOITE DO PESADELO

A NOITE DO PESADELO

I

FAMINTOS POR MORTE

“TODOS NÓS ESCONDEMOS UMA CULPA,

E UM DIA ELA BATE EM NOSSA PORTA”

Terça-feira - Dia 27 de Janeiro de 1998

Noite do Baile de Mascaras

#1

Horas: 20:42

– Socorro, alguém por favor, me ajude. Socorro!

– Ei gente! Estão ouvindo isso. Parece com alguém gritando. – Disse Jake.

– Cara, para de ser paranoico! Curte a festa ai! – Falou Lucas.

Jake se afastou das pessoas e foi em direção a porta da varanda, encontrou John encostado na parede fumando um baseado, como era de se esperar.

– Cara, você ouviu gritos agora pouco? – Perguntou Jake.

– Claro... Claro... Estou ouvindo gritos a noite toda... Eles me dizem... – John... John... Tem mais Baseado no bolso.

– John, você precisa se tratar! Um dia isso vai acabar te matando.

Jake virou as costas e voltou para a festa... Contudo, ele repentinamente virou, pois esqueceu-se de dizer algo para John e ao virar-se deparou-se com o grande e perverso vazio... John havia desaparecido em menos de dez segundos.

– Como?! – Pensou Jake.

Desinteressado no que havia acontecido com o amigo drogado ele retornou a festa.

#3

Horas: 21:09

– Leonardo, viu o Matheus por ai? – Ele disse que ai buscar umas cervejas, mas não voltou ainda! – Perguntou Lucas.

– Não cara! – Já faz um tempinho que não vejo ele! – Respondeu Leonardo.

–...

Lucas esbarrou em Jake...

– E ai cara! Viu o Matheus por ai? – Perguntou Lucas.

– Cara... Não! O John também sumiu, não sei como. Estávamos conversando agora pouco e ele sumiu na varanda. – Disse Jake.

– Sabe, tem algo muito estranho acontecendo! – Disse Lucas.

...

– Por favor, me diga que ouviu isso! – Falou Jake.

Um barulho forte vindo do teto, como se alguém arrasta-se algo.

Lucas olhou para cima e disse:

– Claro... Veio lá do segundo andar. – Mas, era para estar vazio... – Respondeu Lucas.

Movido por uma incrível curiosidade macabra, ambos dirigiram-se as escadas para o segundo andar.

– Ei onde vocês vão? – Perguntou Felipe.

– Só vamos dar uma olhada no segundo andar? – Respondeu Jake rapidamente, como se quisesse fugir da pergunta.

– Este bem! Que gente estranha! – Falou Felipe.

Jake e Lucas subiram as escadas, e então...

Ouviram uma conversa...

– Agora só faltam cinco!

No mesmo segundo que ouviram aquilo, a porta se abriu, Jake levou um susto, escorregou e caiu escada abaixo. Quebrou.... O pescoço...

Lucas que estava à frente da porta no momento, foi agarrado por algo e lavado para dentro do escuro.

Então a porta se fechou....

– ...

Logo após, sangue escorreu pela brecha debaixo da porta....

– Agora, faltam três....

#4

Horas: 19:31

– Gente, eu já volto! Vou dar uma passada no toalete do segundo andar. – Disse Maria.

– Por que ir no segundo? O banheiro do primeiro é logo ali! – Perguntou Elena.

– Eu sei mãe. Mas, deve ter alguém usando, já passei lá quatro vezes e luz continua acessa. – Explicou Maria.

Maria subiu as escadas para o segundo andar... Tudo encontrava-se numa plena escuridão, ela vagueou sua mão pela parede e achou o interruptor, mas talvez estivesse quebrado, pois nada se acendeu.

Vultos rápidos e sem forma começaram a rodeá-la, Maria achou que era apenas uma brincadeira feita por um dos integrantes da festa e seguiu o vulto cada vez mais para dentro da escuridão.

– Vamos, diga logo! Quem é você?

– Oi... Ei!

– Pode parar já ficou sem graça, acenda as luzes.

–...

Maria sentiu alguma coisa raspar a sua perna e logo em seguida uma dor excruciante.

– Ai, quem fez isso? Vamos já está bom, pare por favor! Eu vou gritar.

–...

Uma voz fina, mas ao mesmo tempo sombria e abafada disse:

– É melhor mesmo começar a gritar!!!

#5

Horas: 18:05

– Lucas! Eu vou buscar algumas cervejas no carro... – Avisou Matheus.

– Vai lá cara, não esquece que a minha é bem gelada. – Disse Lucas rindo.

No meio do caminho, Matheus se lembrou que havia esquecido as chaves do carro na cozinha perto do banheiro.

Portanto, voltou e entrou na cozinha...

– Tem alguém aqui? – Perguntou Matheus.

– Espera um pouco, eu me lembro de ter deixado a chave em cima da mesinha. – Onde ela está? – Perguntou-se Matheus em seu pensamento.

Enquanto procurava sua chave, ele encontrou três facas jogadas no chão... Olhou para os lados, procurando alguém que pudesse tê-las deixado daquele jeito no chão. Mas, não encontrou ninguém, todos na festa estavam no salão principal.

Quando colocou as facas na pia, olhou para o lado direito e viu suas chaves ao lado da porta do banheiro.

– Ah! Então foi ai que vocês foram parar! – Disse Matheus em seu pensamento.

Ao agachar-se para pegar a chave, olhou para o reflexo no piso do chão e viu um homem alto com fantasia de palhaço sanguinário se aproximar.

Quando virou-se para ele, sentiu apenas um golpe... Um facão transpassou seu pescoço e decapitou sua cabeça.

O palhaço debruçou-se sobre o corpo e disferiu diversas facadas no peito de Matheus até arrancar-lhe o coração. Logo após, ele levou o corpo para dentro do banheiro e trancou a porta... Mas, não antes de jogar o coração dentro da privada.

#6

Horas: 16:49

– Podem, entrar a festa já vai começar. – Disse Leonardo que esperava as pessoas.

– E ai, Lucas! Jake... John... Matheus... Felipe... – Podem entrar, Gustavo está lá dentro esperando.

– Nossa cara, que fantasia.... Cuidado para não matar ninguém de susto... – Falou Leonardo.

– Há, Há, Há... Todos nascemos para morrer, não é mesmo...

– Me desculpe perguntar, mas qual é o seu nome mesmo? – Perguntou Leonardo.

– Sou um amigo da família, Elena me convidou. – Meu nome é Vinícius.

Leonardo teve uma má impressão passageira, contudo nada muito importante na hora;

– E como está indo ai Leonardo? – Perguntou Gustavo.

– Tudo na boa, cara! – Respondeu Leonardo.

Um barulho de vidro se quebrando....

– Ouviu? – Vai lá ver o que aconteceu Leonardo, não acredito que a festa nem começou e já estão destruindo as coisas. – Falou Gustavo.

– Tudo bem...

O barulho havia vindo de uma salinha ao lado do salão de festas... Ninguém era para estar usando-o ...

– Tem alguém ai?

– Não é permitido utilizar está área, somente o salão, por favor volte agora! – Avisou Leonardo.

Leonardo continuou andando e então encontrou uma corda pendurada no lustre da sala...

– Mais que merda é essa...

Tac...

Leonardo colocou a mão na cabeça...

Muito sangue....

Visão embasada...

Perdendo a consciência....

Algo o segurou, levantou seu corpo e....

Um homem enforcado...

#7

Horas: 22:59

– Querida, daqui a pouco é meia noite, tente comemorar um pouco... – Disse Gustavo.

– Gustavo, sabe que eu não comemoro mais nada.... Se esqueceu do que aconteceu... – Perguntou Elena.

– Já faz quase trinta anos que aconteceu, você tem que esquecer aquilo... Gritou Gustavo estressado.

– Ainda me lembro daquele dia, como se fosse ontem... Se tivéssemos ajudado eles... – Disse Elena chorando.

– Elena, pare com isso, tente ficar calma. – Falou Gustavo.

– Não me venha com essa conversa de ficar calma. – Gritou Elena.

– Naquele dia, você disse a mesma coisa, sabia que deveria ter voltado e ajudado eles, mas você não me deixou, ficou com medo de ser preso. – Sua ignorância, me matou naquele dia, nem sei porque estamos casados ainda. Disse Elena.

– Depois daquele dia, eu descobri o máximo que pude sobre o que aconteceu com aquela família. – O nome dela é Daniele, passou por nove reformatórios e já foi presa seis vezes, ainda na adolescência, e sabe porquê? – Por causa do que fizemos com ela, nós a destruímos Gustavo, destruímos sua vida, destruímos sua esperança, destruímos seu futuro, destruímos tudo que ela tinha e que poderia ter tido! Explicou Elena.

– Sei que Maria irá entender... Eu quero divórcio. – Falou Elena.

– O que? Nunca! – Disse Gustavo.

– Amanhã eu vou a polícia, confessar o crime que você cometeu. – Disse Elena.

Gustavo, pegou um atiçador na lareira e inconsequentemente, disferiu um golpe contra Elena, que caiu no chão.

– Ah meu deus, o que eu fiz. – Me perdoe, Elena, me perdoe. – Dizia Gustavo, enquanto chorava sobre o corpo de sua mulher.

– Ei, o que está acontecendo ai dentro? – Perguntou Felipe Batendo na porta do quarto.

–...

– Ei...

– O que ouve?

Gustavo movido por uma agonia fulminante e uma culpa muito forte, foi até a mesinha ao lado da cama de Elena, abriu uma gaveta secreta e pegou uma arma....

– Me desculpe querida, agora irei pagar pelos meus pecados...

Um barulho estridente....

Um silencio...

Olhos cheio de raiva e remorso aliviavam-se através da janela....

– Agora só falta um. – Quer que eu mate?

– Não... Quero olhar no fundo de seus olhos, enquanto ele se engasga com o próprio sangue... – Deixe-me mata-lo!

#8

Horas: 23:50

– Me desculpe, mas não posso lhe ajudar. Minha vingança não acaba, até todos estiverem mortos.

Ele arrastou o corpo dela até o compartimento de gás da casa e a deixou lá, perto dos dispositivos.

– Pelo menos, irá descansar em paz. – Disse ele, o homem vestido de palhaço.

– Gente, precisamos sair daqui, há um assassino nesta casa, ele vai matar todos nós!!! Gritou Felipe segurando um pano ensanguentado sobre o braço.

– Seu maluco! Sai daqui!!!! Falavam as pessoas.

– Vocês precisam sair, agora! – Dizia Felipe.

Felipe estava rodeado de pessoas, mas ainda assim viu quando o homem palhaço apareceu repentinamente na multidão segurando um martelo.

Ele correu... Esbarrando nas pessoas... O sujeito estranho o perseguia....

Felipe saiu pela porta da frente e sem pensar duas vezes, ele a fechou, sabendo que as outras portas da casa estavam fechadas.

O assassino olhou para ele pelo vidro da porta, e então tirou a máscara de seu rosto...

– Você!

– Mas, isso é impossível!

– Você estava morto...

– Nós... nós... eu... era para você estar morto... – Disse Felipe surpreso e ao mesmo tempo com muito medo.

– Você... Vai... MORRER. – Gritou o assassino.

– Suas escolhas, mataram todos que estão nesta casa...

#9

Horas: 23:58

– Desgraçado, não pense que isso me deterá! – Disse o homem misterioso.

Ele voltou...

Cruzou o salão de festa e chegou até a cozinha...

Faltam dois minutos...

.................

1, um

2, dois

3, três

00:00

...

Estão todos mortos!!!

Um dia Depois

[Trágico acidente de gás causa morte de setenta e duas pessoas num baile de máscaras, não ouve sobreviventes;]

II

EU SOU LOVECRAFT

DEZESSETE ANOS DEPOIS

2015

Domingo – 04 de outubro 2015

“NO DIA EM QUE MINHA DOR ME VENCEU

A MORTE ME ENCONTROU”

#1

Horas: 12:25

– Desculpem-me, eu sei, eu sei, eu sei... – Dizia Felipe sentado em um sofá velho.

– Então pegue está arma, aponte para cabeça e puxe o gatilho. – Disse Lucas.

– Não, pegue a mangueira, que você tem no quintal enrole no teto, depois no seu pescoço e pule do lugar mais alto que encontrar. – Disse Leonardo.

– Por favor, parem... Eu não aguento mais... – Gritava Felipe.

– Ah, mais é claro que você aguenta, eu aguentei minha vida inteira guardando uma culpa que me corroeu por vários anos, e o que aconteceu, agora eu estou morta. – Falou Elena.

– Vamos lá cara, vai lá na pia, pegue uma faca e soque ela no meio do olho bem forte, é fácil, só você ir lá na esquina e comprar umas trouxinhas de drogas, tudo é fácil quando se está drogado. – Disse John

Felipe já não aguentava mais...

Não dormia a quase dois dias...

Olhos vermelhos...

Sinais de forte descontrole mental....

...

– Sabe como eu morri Felipe, sabe... sabe a agonia e a dor excitante que eu senti na hora que ele me matou. Cara, nem era eu que ele queria, e tudo porque eu a salvei da morte. Sabe, agora morto, pensando direito... Não devia ter salvado aquela vadiazinha. – Explicou Matheus.

– É cara, morrer com o pescoço quebrado, com o pescoço quebrado... Achei que eu morrer epicamente, num acidente de avião, ou meteoro que ia atingir a terra e matar todo mundo, ou com o sol explodindo, mas com o pescoço quebrado cara, isso é decepcionante. – Disse Jake.

– Porque, porque? – Perguntava Felipe a si mesmo.

– Mas a resposta é simples. – Sua mediocridade, arrogância e ignorância, levaram a isso, todas as suas escolhas convergiram neste momento. Felipe, você matou setenta e duas pessoas, quer dizer, setenta e três, contando com aquele outro, acho que você se lembra muito bem, já que o matou por querer. – Disse Gustavo.

– Vamos Felipe, pegue está arma, ou qualquer coisa que possa mata-lo e faça. – Sabe como eu morri... Bem... Não foi legal... estriparam meu corpo inteiro, esquartejaram meus membros, meus órgãos, meus ossos foram quebrados como espinhas. Depois meus restos foram jogados dentro de um saco preto. O mais estranho é que tudo foi feito em menos de dez minutos, acredite... Aquela garota estava com raiva mesmo, eu até entendo ela, minha família tirou tudo que ela tinha..., não faria mais perfeito... Falou Maria.

Felipe retornou a sofá, Daniele não falou uma palavra, só ficou lá, na frente dele, o olhando com uma cara zangada e segurando uma faca...

– Vocês venceram, me mataram... – Disse Felipe chorando.

Felipe arrancou a mangueira do botijão, e esperou o gás se espalhar por toda a casa, então ele pegou o revolver, verificou as balas, armou o gatilho e ...

#2

Sexta-feira – 25 de Setembro de 2015

– O que está acontecendo Felipe?

– Eu tenho sonhos, as vezes parece que são reais. – Minha segunda esposa me abandonou por causa deles. – Explicou Felipe.

– E que tipo de sonhos são esses? Pode me descreve-los?

– São eles, os mortos de 98, eles me perseguem, me chamam de assassino. – Disse Felipe.

– E por que você, senhor Felipe? – Perguntou o Médico.

– Eu não sei... – Respondeu Felipe.

– Mas, eu sei Felipe. – Você matou setenta e duas pessoas. – Não se lembra de mim. – Meu nome é Matheus.

–...

Um suspiro forte...

Seus olhos se abriram...

Era um sonho?!

Novamente...

Toc Toc Toc

– Já vai!

Toc Toc Toc

– Já vai! Gritou Felipe levantando da cama.

Quando abriu a porta, encontrou uma caixa fechada, não tinha nome, nem remetente. Ele a levou para dentro, e enquanto a carregava um papel soltou-se dela.

[– Só abra em 3 de outubro]

– Isso é uma piada? – Disse Felipe.

– Não, respondeu uma voz vinda de dentro da caixa.

Felipe se assustou com aquilo e rapidamente colocou a caixa de volta na rua...

Entretanto.... A caixa não queria ir embora....

Toda vez que ele a colocava na rua, ela reaparecia dentro de casa...

Chegou até a queima-la, más ela sempre retornava...

...

#3

Domingo – 27 de Setembro de 2015

– Felipe! – Felipe! – Felipe! Acorda!

– Quanto sangue você derramou?

– Quantas almas ficaram presas neste mundo, por causa de sua ignorância?

– Quanta dor você causou?

– Você vai queimar! Vai pagar por tudo que fez!

– Agora, acorda!!!

–...

...

– Não!!! – Gritou Felipe, após acordar.

Felipe se levantou da cama, e começou a sentir uma dor bem forte nos braços. Com uma visão embasada, ele olhou para os braços...

Um pulso retalhado...

Muito sangue...

– Emergência!

– Eu preciso de ajuda, estou seriamente ferido e perdendo muito sangue.

– ...

Muita dor, olhos se fechando, respiração fraca...

Três horas depois...

– Senhor Felipe... Senhor Felipe...

– O que... Onde estou...

– No hospital, você ligou para emergência, foi sorte conseguirem lhe encontrar... Com esses ferimentos, não sei como está vivo...

– Agora que está acordado, tenho que perguntar porque o senhor queria se matar?

– Eu não... Foram eles... Eles me fizeram isso... Eles querem me matar... – Disse Felipe.

– Sabe que foi encontrado em sua residência desmaiado, segurando uma navalha e coberto de sangue...

– Não... Espere um pouco... Você precisa acreditar em mim Doutor, não fui eu... – Disse Felipe.

– Estou inclinado a receitar um psicólogo para você, senhor Felipe... Do jeito que está poderia ter se matado...

Felipe desviou seu olhar para janela....

Então ele viu...

Um home todo queimado... Ainda com fumaça saindo do corpo...

– Foi você...

Ele segurava um canivete...

#4

Terça-feira – 29 de Setembro de 2015

– Padre, me desculpe, mas eu pequei. – Falou Felipe.

– O que você fez meu filho? – Perguntou o Padre.

– Eu... Eu... Matei muitas pessoas, desde 1987... – Naquela noite... – Disse Felipe.

– Eu também matei setenta e duas pessoas numa casa.

– Você diz a noite do baile de máscaras de 98. – Mas, foi um acidente de gás! – Disse o Padre.

– Não... Naquele dia, eu as tranquei lá dentro... mas, não foi por querer... Ele queria me matar...

– Quem queria lhe matar?

– O homem morto, o mesmo home que eu matei em 87.

– Meu filho, sobre o julgamento de deus, e sua misericórdia perante seus crimes cometidos em vida... Deus o perdoará se você se arrepender por seus crimes...

– Me desculpe Padre, mas eu não posso... Tenho que pagar pelo que fiz...

– Meu filho, todos pagam um dia o que fizeram neste mundo... Arrependa-se e ganhe o perdão eterno.

– Não posso...

Felipe saiu correndo da igreja, como se fugisse de uma culpa sem perdão.

#5

Sábado – 3 de Outubro de 2015

Finalmente chegou o dia...

Felipe se sentiu atraído pela caixa, como se quisesse abri-la.

– Chegou a hora... Abra-me...

– Olhe dentro da escuridão que você criou...

Ele a colocou no colo...

– Abra a caixa Felipe! – Disse uma voz feminina em sua cabeça.

Já não aguentando tamanha pressão...

O homem aterrorizado, abriu finalmente a caixa...

– O que... O que é isso?

Felipe colocou a mão dentro da caixa, e tirou...

Um revolver...

Com uma mensagem.

[– Aponte para o meio da testa e aperto o gatilho]

...

Sua dor se tornou tão forte, que a consumiu até o ...

Dois dias depois

[Um atestado de insanidade, assinado por um médico em 2007, um recibo de garantia de uma compra de um revolver numa loja de armas, uma caixa de papelão comprada no ano passado por um amigo esquecido e uma foto velha de quatro amigos tirada em 1987, com uma inscrição no verso “– O dia que nunca me esquecerei”.]

Coisas perdidas no meio do fogo.

– Agora eu estou livre...

Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 07/06/2015
Reeditado em 01/05/2017
Código do texto: T5269139
Classificação de conteúdo: seguro
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